Comissão eleitoral de Luanda garante que todas as mesas de voto têm delegados

Mais de 9,3 milhões de angolanos estão inscritos para escolherem esta quarta-feira, entre seis candidatos, o sucessor de José Eduardo dos Santos
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O presidente da Comissão Provincial Eleitoral de Luanda garantiu, em declarações à Lusa, que todas as 6.568 mesas de voto na província, em que votam esta quarta-feira mais de 2,8 milhões de eleitores, têm delegados de lista para fiscalização.

A posição foi assumida por Manuel da Silva, durante uma visita a assembleias de voto de Luanda para as eleições gerais angolanas e após as criticas dos últimos dias, por parte da oposição, à falta de delegados de lista.

Em concreto, em Luanda, o responsável explicou que estão credenciados para as eleições desta quarta-feira 39.413 delegados, em condições de fiscalizar o processo eleitoral, enquanto 5.251 não foram credenciados a tempo, nomeadamente por "duplicação" em mesas de voto.

O problema, sublinhou, foi ultrapassado com uma decisão tomada terça-feira, em plenário da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), de permitir que os partidos utilizem suplentes já credenciados como delegados de lista noutras mesas.

"Por isso, todas as mesas têm delegados de lista. Não há mesas em Luanda sem delegados de lista", garantiu Manuel da Silva.

Em Luanda funcionam esta quarta-feira, até às 18.00, hora de encerramento da votação, 1.616 Assembleias de Voto, totalizando 6.568 mesas de voto para 2.884.362 eleitores inscritos, correspondente a 31% do eleitorado de todo o território nacional.

De acordo com o presidente da Comissão Provincial Eleitoral de Luanda, às primeiras horas da manhã desta quarta-feira verificaram-se "constrangimentos ligeiros" no processo de votação, nomeadamente com a presença de eleitores fardados - elementos da polícia, bombeiros e militares - nas Assembleias de Voto, para votar, perante as dúvidas dos técnicos do processo eleitoral.

"A lei foi excecionada pela CNE dizendo que, preferencialmente, esses eleitores, desde que os seus nomes estejam veiculados nesse caderno, eles poderiam ir votar, fardados ou à civil. Armados é que não, tinham de voltar à unidade, deixar a arma e regressar", apontou ainda.

Da parte da manhã, conforme rondas feitas pela Lusa em várias Assembleias de Voto da capital, as filas para votar eram praticamente inexistentes, bastando poucos minutos para votar.

"Os angolanos gostam de comer o seu fungezinho [prato típico] e daí poderão a começar a aparecer mais no final da tarde. Mas está tudo a correr na sua normalidade, sem erros crassos ou constrangimentos de maior", rematou Manuel da Silva.

A votação para as eleições gerais em Angola iniciou-se à 07:00 de hoje (mesma hora em Lisboa), disse à Lusa a porta-voz da CNE, Júlia Ferreira.

"Já se vota em Angola desde as sete da manhã", disse a porta-voz da CNE.

Mais de 9,3 milhões de angolanos estão inscritos para escolherem esta quarta-feira, entre seis candidatos, o sucessor de José Eduardo dos Santos - que não integra qualquer lista candidata -, com a votação a decorrer até às 18:00.

Esta votação envolve a eleição direta do parlamento (220 deputados) e indireta do Presidente da República, que será o cabeça-de-lista do partido mais votado.

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