Americanos já admitem ir para o Canadá e nem os Bush apoiam Trump

Sem rivais republicanos, o milionário procura unir o partido. Democrata Hillary prefere atacá-lo a pressionar Sanders a sair
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No início de abril, a ex-primeira-dama Laura Bush já dissera preferir Hillary Clinton a Donald Trump. Agora foi a vez de o marido se pronunciar. O ex-presidente George W. Bush vai ficar calado durante o que resta da campanha para as presidenciais de 8 de novembro nos EUA - depois de sempre ter apoiado os candidatos republicanos em todas as eleições desde que deixou a Casa Branca. Tal como fazia o pai, o também presidente George H. W. Bush, que agora usou o argumento da idade - 91 anos - para não dar o apoio a Trump, depois de este ter ficado sem adversários na corrida à nomeação republicana, com as desistências de Ted Cruz e John Kasich.

Num momento em que Trump vira as atenções para a tarefa de unir um partido, que esperava tudo no início das primárias menos ver o magnata do imobiliário chegar à nomeação, esta opção do clã Bush é mais um sinal de que não será fácil convencer o aparelho republicano a apoiá-lo. É verdade que ao contrário de outras personalidades do partido - como o ex-candidato presidencial Mitt Romney ou o próprio Jeb Bush (pai e irmão dos ex-presidente e ex-rival de Trump na corrida republicana neste ano), que não pouparam insultos a Trump -, os Bush, pai e filho, limitaram-se ao silêncio.

Enquanto espera pela confirmação como nomeado na convenção de 18 a 21 de julho, em Cleveland, Ohio, Trump enfrenta uma rebelião interna. E se o magnata, famoso por ter apresentado o reality show The Apprentice, diz não precisar do apoio de toda a gente no partido, são cada vez mais os que aderem ao campo do #NuncaNuncaMesmoNuncaTrump, mesmo que isso signifique dar a vitória à democrata Hillary Clinton em novembro.

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E entre os cidadãos comuns, as reações a um eventual presidente Trump também não se fizeram esperar, aumentando o número dos que ameaçam emigrar para o Canadá se o magnata - que se destacou por considerar os mexicanos "traficantes e violadores", ameaçar castigar as mulheres que pratiquem abortos ou expulsar todos os muçulmanos dos EUA - suceder a Barack Obama na presidência.

A atriz Lena Dunham, da série Girls, o ex-apresentador do Daily Show Jon Stewart ou a atriz Whoopi Goldberg são algumas das celebridades que se juntaram ao movimento e ameaçaram mudar-se para norte da fronteira para escapar a uma presidência Trump. Em abril, o próprio reagiu, garantindo que se vencer estará "a prestar um grande serviço a este país" ao livrá-lo desta gente. Ontem, até o Huffington Post tinha um artigo intitulado "Como mudar-se para o Canadá se Donald Trump se tornar presidente".

A impopularidade de Trump é tal que até os Rolling Stones proibiram o candidato republicano de usar as suas músicas na campanha. Antes da banda de Mick Jagger já Adele ou Steven Tyler se tinham distanciado do magnata.

Hillary respeita Sanders

Com Trump certo do lado republicano, Hillary tem centrado os ataques no milionário mais do que no rival, Bernie Sanders. Mas, numa entrevista à CNN, a ex-primeira-dama garantiu que não se identifica ainda como "nomeada democrata", s

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Quem se tem mantido afastado da campanha é Barack Obama. O homem que deixa a Casa Branca em janeiro de 2017 já deu por certo que será uma mulher a suceder-lhe (e a única na corrida é Hillary), mas oficialmente não apoia a sua ex-secretária de Estado. Até agora, o presidente tem preferido atacar Trump, como fez na segunda-feira quando disse que o magnata "não está preparado para lidar com os problemas deste cargo".

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