Alemanha quer integrar e reformar o Conselho de Segurança da ONU
A chanceler alemã, Angela Merkel, criticou na segunda-feira o bloqueio no Conselho de Segurança da ONU perante vários dos principais conflitos atuais e exigiu reformas, deixando clara a vontade da Alemanha em ocupar um assento neste órgão.
"A Alemanha está pronta para continuar a assumir responsabilidades", disse Merkel numa mensagem vídeo por ocasião da comemoração dos 75 anos da organização, adiantou a EFE.
Há anos que Berlim reclama, em conjunto com Brasil, Japão e Índia, que o Conselho de Segurança seja ampliado com novos membros permanentes, um estatuto que atualmente só é concedido aos EUA, China, Rússia, França e Reino Unido, desde a vitória dos aliados na II Guerra Mundial.
Até agora, ainda assim, as propostas de este e outros grupos não conseguiram avançar, face à falta de interesse de várias das potências com assento permanente.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, também defendeu no seu discurso na necessidade de reforma e avisou que a ONU não poderá dar resposta aos problemas do mundo sem uma estrutura melhorada.
Modi defendeu que o multilateralismo deve reforçar-se para "refletir a realidade" atual e "dar voz a todos os atores".
De acordo com o que disse, o mundo é um lugar melhor graças à ONU, mas há ainda muito por fazer para prevenir conflitos, garantir o desenvolvimento, combater as alterações climáticas, reduzir as desigualdades e aproveitar a tecnologia digital.
Merkel também assinalou os sucessos das Nações Unidas, uma organização fundada depois de a Alemanha "trair todos os valores civilizados", sendo responsável pelo eclodir da II Guerra Mundial.
"Depois destes horrores, era necessária uma nova ordem mundial para preservar a paz no futuro", disse a chanceler germânica, que destacou a importância da cooperação internacional.
Merkel interveio na sessão da tarde, na qual também falou o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, que sublinhou que o mundo "está em crise" e não apenas devido à pandemia, mas também por problemas que vêm de trás como as alterações climáticas e o número recorde de deslocados.
Segundo Trudeau, o sistema internacional "já não funciona como deveria" e é necessário tomar medidas para repará-lo.