As agências governamentais e várias empresas dos Estados Unidos (EUA) começaram hoje a proteger as suas redes de computadores, após a divulgação pelo jornal The New York Times de um ataque aos sistemas informáticos ..O Departamento de Segurança Interna dos EUA exigiu às agências federais que removessem o 'software' comprometido pelo ataque, que, segundo o jornal norte-americano, se realizou a soldo de um governo estrangeiro, provavelmente o da Rússia, e atingiu vários departamentos governamentais, como o do Comércio e o do Tesouro.."Esta é uma lembrança de que o ataque é mais fácil do que a defesa e de que ainda temos muito trabalho a fazer", disse Suzanne Spaulding, ex-oficial de segurança cibernética dos EUA, agora consultora no Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais, uma organização baseada em Washington..Um funcionário do Governo norte-americano adiantou que os ataques começaram na última primavera, não tendo sido detetados durante os meses marcados pela pandemia, incluindo o processo eleitoral dos Estados Unidos, mas só começou a vir a público na passada terça-feira, quando uma empresa de segurança cibernética, a FireEye, confirmou que tinha sido atacada..Também a Agência para a Cibersegurança e Segurança de Infraestruturas ordenou que o software de rede da empresa SolarWinds fosse removido por todos os utilizadores..Essa ferramenta é utilizada por milhares de organizações a nível mundial, incluindo a maioria das 500 maiores empresas norte-americana, segundo a revista Fortune, e várias agências federais dos EUA..O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Ullyot, recusou apontar os possíveis autores, tendo apenas dito que a administração Trump estava a trabalhar com agências de inteligência, FBI e departamentos governamentais afetados para coordenar uma resposta aos ataques..Alguns especialistas de cibersegurança da Microsoft já associaram os ataques à "atividade de um estado-nação em escala significativa", enquanto o responsável pela ciberpolítica durante a administração Obama, Chris Painter, realçou que existem "muitas questões em aberto", sendo necessário conhecer quanta informação foi "extraída"..A Agência Nacional de Segurança dos EUA sugeriu, na semana passada, de que "atores patrocinados pelo Estado russo" estavam a aproveitar as falhas informáticas do Governo federal, mas a Rússia já negou o envolvimento nos ataques.."Uma vez mais posso negar essas declarações, essas acusações", afirmou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, numa conferência de imprensa hoje decorrida em Moscovo..O porta-voz realçou que "não há necessidade de culpar os russos de tudo e de forma infundada" e lembrou que o Presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu aos Estados Unidos a possibilidade de negociar e assinar um acordo de cooperação nas áreas da cibersegurança e segurança de informações.."Os Estados Unidos não aceitaram o convite de Putin", disse Dmitri Peskov.