A justiça norte-americana esteve prestes a executar, esta terça-feira, um homem de 48 anos que terá sido condenado erroneamente por homicídio. A execução de Marcellus Williams estava marcada para as 19.00 (1 da manhã de quarta-feira, em Lisboa) no estado de Missouri, mas novas provas, com testes de ADN apresentados pelos advogados levaram a que o governador daquele estado impedisse a execução..Eric Greitens considerou que se levantavam assim dúvidas sobre a culpabilidade do condenado.."A pena capital é de caráter último e permanente. Para proceder a uma execução a população do Missouri tem de ter total confiança no julgamento de culpabilidade", lê-se num comunicado de Greitens, citado pelos media internacionais..A defesa afirmava ter "provas científicas decisivas de que o crime foi cometido por outro homem", segundo o advogado Kent Gipson. Os juristas pediram esta segunda-feira ao Tribunal Supremo dos Estados Unidos para travar a execução e analisar provas que apenas surgiram depois do julgamento, nomeadamente o ADN na arma e no local do crime..A procuradoria-geral do Missouri, no entanto, esteve contra a comutação da pena, argumentando que as novas provas não substituem as outras que ligam Williams ao homicídio, segundo a CNN..O homem foi acusado de ter esfaqueado a jornalista Felicia Gayle 43 vezes em 1998. A mulher tinha 42 anos. A defesa afirma que na arma do crime foi encontrado ADN de outro homem, o que prova a inocência de Williams.."Quando se esfaqueia alguém, há grandes probabilidades de transferir o ADN por causa da força" utilizada, explicou à CNN Greg Hampikian, o especialista forense contratado pelos advogados de defesa..Além disso, nem as amostras de cabelo recolhidas na cena do crime nem a pegada encontrada no local são de Marcellus Williams..As amostras de ADN "não são suficientes para incriminar alguém, mas são suficientes para ilibar alguém", continuou Hampikian..Contudo, as autoridades dizem que é possível que Williams tenha usado luvas durante o crime. "O nosso departamento está confiante de que Marcellus Williams é culpado e pretende seguir em frente", disse o vice-chefe do gabinete da procuradoria-geral de Missouri, Josh Hawley..A polícia refere que Williams foi apanhado com vários objetos pessoais de Felicia Gayle no carro e que vendeu o computador do marido da jornalista. Dizem ainda que Henry Cole, um colega de cela de Williams, e Laura Asaro, namorada de Williams, testemunharam que o homem era culpado..Os advogados dizem que durante o julgamento, em 2001, as provas de ADN não estavam disponíveis e que foram os testemunhos destas duas pessoas, que também são criminosos condenados, que incriminaram Williams..Também a Amnistia Internacional pedira que o governador do estado de Missouri, Eric Greitens, conceda clemência a Williams..[twitter:898217450533265408].Em julho, o caso de William Morva voltou a chamar a atenção para a pena de morte. O homem de 35 anos foi executado por ter cometido dois homicídios, apesar de os advogados argumentarem que sofria de graves problemas mentais..[artigo:8619208].Em Portugal, celebrou-se em julho o 150º aniversário da abolição da pena de morte..(Notícia atualizada às 22:25 de 22 de agosto)