Acordo do Brexit pode cortar direitos dos trabalhadores. "Confirma os nossos maiores medos"

Um documento oficial sobre o acordo do Brexit foi divulgado e traz preocupações, refere o jornal The Independent. Uma porta-voz do departamento do Brexit, Jenny Chapman, acredita que torna "claro que Boris Johnson estava a enganar o Parlamento".
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A proteção dos direitos dos trabalhadores no Reino Unido poderá estar em risco com o acordo do Brexit, revela um documento ao qual o jornal The Independent teve acesso. O mesmo levanta acusações sobre primeiro-ministro britânico Boris Johnson ter enganado o parlamento, por estar a tentar dissuadir os grupos parlamentares trabalhistas com a promessa de manter a "igualdade de condições" com a União Europeia (UE). Embora o documento oficial torne claro que estes pontos deixam "espaço para interpretação".

"Estes documentos confirmam os nossos maiores medos. O Brexit de Boris Johnson é um modelo para uma economia desregulada, que terá direitos e proteções vitais destruídos", alertou Jenny Chapman MP, porta-voz do Brexit. Acrescenta que se torna "claro que Boris Johnson estava a enganar o Parlamento no início desta semana". "Simplesmente não se pode confiar numa palavra que Boris Johnson diga."

Embora o acordo escrito assegure que a "interpretação do Reino Unido e da UE destes compromissos [equitativos] será muito diferente" e que o texto representa um "ponto de partida muito mais aberto para futuras negociações de relacionamento", tal pode afetar as esperanças do primeiro-ministro em obter apoio trabalhista.

Mas Boris Johnson já tinha levantado dúvidas junto dos partidos, quando descreveu a regulamentação do emprego como "violenta".

O atual acordo foi aprovado no parlamento britânico, mas os deputados pedem um adiamento, que será definido até à próxima terça-feira. Os embaixadores dos 27 Estados-membros, reunidos esta sexta-feira em Bruxelas com o negociador Michel Barnier, "concordam que a extensão [do prazo de saída do Reino Unido da União Europeia] é necessária".

A União Europeia diz estar disposta a adiar o processo de saída, embora afaste a possibilidade de convocar uma cimeira extraordinária. Entretanto, Boris Johnson pediu eleições antecipadas a 12 de dezembro, uma proposta que estará a ser analisada em parlamento na próxima segunda-feira.

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