Abusou sexualmente de rapariga mas foi ilibado porque não gostou
O caso está a revoltar o México. Diego Cruz, de 21 anos, foi ilibado de uma acusação de rapto e violação de uma colega de escola, com a justificação de que Diego não terá tirado prazer da situação.
Diego Cruz, membro de uma proeminente e rica família do estado de Veracruz, faz parte de um grupo de quatro rapazes que ganharam a alcunha de "Los Porkys", nas redes sociais", após terem sido acusados de tomar proveito de uma colega sua numa escola de elite, quando esta se preparava para deixar a festa de Ano Novo, em 2015.
Numa decisão que foi tornada pública na passada segunda-feira, o juiz Anuar González considerou que embora Diego fosse acusado de tocar nos seios da vítima e a ter penetrado com os dedos, não o fez com "intenção carnal", pelo que não poderia ser considerado culpado.
[citacao:Ele tocou-lhe, mas porque não gostou, não é abuso sexual?]
Dois dos três rapazes também que estão indiciados são acusados de penetrar a vítima, mas o juiz considerou também que embora a tenham forçado a entrar para o carro de um deles, esta nunca esteve em estado de não conseguir pedir ajuda, diz o The Guardian.
"Ele tocou-lhe, mas porque não gostou, não é abuso sexual?", disse Estefaníz Vela Barba, ativista em assuntos de género. "Como não existiu prazer no ato, era para a humilhar. Eles tocaram nela, incomodaram-na, mas para o juiz, se a intenção não foi prazerosa, não é abuso sexual", acrescenta.
E continua: "Não há como negar os factos. Não é uma mulher louca a dizer isto, vem da boca de um juiz e ele diz que se alguém te toca contra a tua vontade, pode não ser considerado abuso".
A vítima já havia escrito no Facebook, 15 meses após o ataque, dizendo que não tinha nada de que se arrepender: "Já fui beber, já fui a festas, já usei saias curtas como as raparigas da minha idade. E por isso estou a ser julgada? Eu mereço o que me aconteceu?", escreveu então, de acordo com o jornal inglês.
No México o caso está a causar grande polémica e a levantar o assunto das diferenças de tratamento entre ricos e pobres.