Trump decapita Estátua da Liberdade na capa da 'Der Spiegel'
Revista alemã escolheu pôr na capa uma ilustração de um cubano a viver nos EUA
Depois de a revista The New Yorker ter decidido assinalar o aniversário colocando na capa a imagem da chama da tocha da Estátua da Liberdade a extinguir-se, numa alusão à chegada de Donald Trump à Casa Branca, a revista alemã Der Spiegel decidiu ser mais literal: na capa da revista que chegou sexta-feira às bancas, figura uma imagem do presidente Estados Unidos segurando com uma mão a cabeça decapitada da Estátua da Liberdade, ainda a escorrer sangue, e na outra mão uma faca, que parece ter sido a arma do crime.
No desenho, a face de Trump não tem olhos, nem expressão: apenas uma boca aberta e, junto ao corpo do presidente dos EUA, escreve-se o slogan da campanha presidencial: "América primeiro". Trump é retratado como uma espécie de "psicopata americano", numa alusão à obra de Bret Easton Ellis, (American Psycho, no original), que tem como personagem principal um assassino que é também empresário em Nova Iorque.
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A criação na capa da revista alemã, segundo o The Washington Post, é da autoria de Edel Rodriguez, que chegou aos EUA vindo de Cuba como refugiado na década de 1980. "É o decapitar da democracia, o decapitar de um símbolo sagrado", explicou ao jornal, frisando que a Estátua da Liberdade representa a história dos EUA como país que sempre acolheu imigrantes. Mas Rodriguez vai mais longe: destacando que, recentemente, as decapitações são normalmente associadas ao Estado Islâmico, diz que quer estabelecer na ilustração uma comparação entre a organização terrorista e o presidente norte-americano. "Ambos os lados são extremistas, estou apenas a compará-los", admitiu.