"Esta é a maior temporada que já fizemos, com batalhas maravilhosas que filmámos. Mas é certamente a mais emotiva de todas, onde se explora as relações íntimas e pessoais das principais personagens." É desta forma que Michael Hirst define a quarta temporada de Vikings, a série dramática e histórica que criou, inspirada nas lendas da Escandinávia medieval, e que regressa esta segunda-feira ao TV Séries (o Mov também transmite a trama, mas a outro ritmo) com a segunda parte da atual temporada, com dez novos episódios..A trama gira em torno de Ragnar Lothbrok (interpretado por Travis Fimmel), líder viking que surge agora, pela primeira vez, derrotado pelos franceses, anos depois, mais velho e sem a garra que sempre o caracterizou. "O seu inesperado e dramático regresso à comunidade vai gerar um turbilhão de emoções e dividir opiniões. Ele terá de lidar com os filhos, agora mais crescidos, que acham que ele os abandonou, para além de ter traído o seu povo", conta o britânico ao DN. Para o criador e argumentista da trama, que tem produção do Canal História, o elemento dorsal em toda a série é um: a família. "Sempre quis que esta fosse uma história sobre família. E foi por isso que escolhi Ragnar como protagonista da série, pelas histórias de todos os filhos e mulheres que ele tinha", revela Michael Hirst..Outros dos principais propósitos da trama, que conta ainda com a participação de atores como Katheryn Winnick, Clive Standen e Gustaf Skarsgard, entre outros, é desmistificar a ideia que a opinião pública tem dos povos viking. "Quis mostrar que os vikings não eram somente brutos, violadores e todos esses clichés que as pessoas tinham acerca deles. Na série vê-se a forma como eles amam os filhos e as famílias, que são a coisa mais importante nas suas vidas, tal como nas nossas", acrescenta o responsável da trama que é gravada na Irlanda, com o efeito de recriar os cenários de Kattegat, onde decorre a maior parte da ação, um estreito situado entre a Dinamarca e a Suécia..Ainda assim, frisa sem hesitar que a parte mais desafiante do projeto é fazer um produto que agrade a um maior número de público. "É criar algo que muitas pessoas queiram ver. Sei que parece simples, mas o verdadeiro truque é conseguir isso. Sou fascinado pela cultura e história viking mas quero que as pessoas fiquem tão interessadas como eu. Tento fazê-lo ao escrever um argumento que agarre o público. O desafio reside aqui. Em tornar os vikings, com a sua reputação, em heróis e nas personagens mais simpatizantes da série", conta o responsável..Série tem equipa de historiadores.O britânico de 64 anos, responsável por séries de época como Os Tudors, Camelot, Os Bórgia e pelos filmes Elizabeth e Elizabeth - A Idade do Ouro, não esconde o seu fascínio por dramas históricos e refere: "Tenho uma equipa de historiadores a trabalhar comigo, para manter Vikings o mais real e autêntico possível. A série é muito popular na Escandinávia porque eles acham que é um produto autêntico", conta ao nosso jornal..A atual e quarta temporada, de resto, é a mais longa de todas e também a primeira a ser dividida em duas partes. Uma decisão que tem, fundamentalmente, duas razões por trás. "Por um lado, acho que é uma espécie de tributo ao sucesso da série o facto do canal História querer fazer mais capítulos. Por outro lado, tem que ver com a forma como as pessoas veem e consomem televisão hoje em dia, com a chegada de todas as plataformas de streaming. Aquela ideia de que o público não se importa de esperar um ano inteiro para ver a próxima temporada de uma série, já não funciona da mesma maneira. Por isso, optamos por duas levas de episódios num ano, revela..Albano Jerónimo reforça projeto.Albano Jerónimo é um dos reforços desta série para a sua quinta temporada, que já começou a ser gravada e tem estreia agendada para o próximo ano, ainda sem data definida. Não se conhecem, para já, muitos pormenores sobre esta participação, mas sabe-se que o ator português, de 37 anos, entra em três dos próximos capítulos de Vikings..O papel em questão, que ainda não foi desvendado, foi conseguido através do programa Passaporte, promovido pela Academia Portuguesa de Cinema..Albano Jerónimo é, desta forma, o mais recente ator português que integra uma produção estrangeira transmitida mundialmente na televisão. A ele juntam-se Daniela Ruah, que há vários anos entra em Investigação Criminal: Los Angeles na pele da agente Kensi Blye, Joaquim de Almeida pelas várias séries e filmes em que já participou, Diogo Morgado como o "Hot Jesus" de A Bíblia e na série de ficção científica The Messengers e ainda Pêpê Rapazote, que está a gravar a terceira temporada de Narcos, a aclamada série da Netflix sobre Pablo Escobar e o submundo da droga na Colômbia e que regressa no próximo verão sem a presença do brasileiro e protagonista Wagner Moura. Rapazote, de resto, também já participou em dois episódios da série norte-americana Sem Limites e esteve prestes a entrar em Boardwalk Empire..Sobre o reforço de Albano Jerónimo em Vikings, Michael Hirst revela ao DN: "Ainda não tive oportunidade, mas estou entusiasmado para o conhecer pessoalmente em breve", frisa o criador, acrescentando que a quinta temporada terá os mesmos moldes que a quarta, sendo, portanto, dividida em duas partes de dez episódios cada, e vai estender os cenários de gravações da série, habitualmente rodada na Irlanda, a outros locais. "Já filmámos 13 episódios da quinta temporada e vamos estender os locais de gravações a sítios como a Islândia e Marrocos", remata Hirst.