Preacher é um enredo sobrenatural recheado de humor negro cuja personagem principal é Jesse Custer (Dominic Cooper), um padre de uma pequena aldeia no Texas com um passado sórdido e cada vez mais dúvidas sobre a religião. Até que um dia é possuído por uma entidade que escapou do Paraíso, Génesis..A partir daí, a sua missão é encontrar Deus, que fugiu do Céu. Para isso, vai contar com a ajuda da ex-namorada Tulipa (Ruth Negga) e de um vampiro irlandês, Cassidy (Joseph Gilgun) numa epopeia habitada por seres do Inferno e do Céu..A história é uma adaptação de uma coleção de banda desenhada da Vertigo, subsidiária da DC Comics, publicada entre 1995 e 2000. À época, Preacher foi revolucionária pela mitologia fantástica e pelos valores complexos das suas personagens, que se distanciaram dos arquétipos estereotipados que habitualmente colocam bem e mal em disputa neste tipo de literatura..Além de ter alcançado bons resultados de audiências, as reações da crítica a Preacher (que já foi renovada para uma segunda temporada) têm sido positivas. "Mesmo quando não gostei de Preacher, admirei-a, porque é peculiar, ambiciosa e frequentemente parece obsessivamente pessoal", descreveu Matt Zoller Seitz, crítico do site Vulture.."Estou a tentar roubar tudo o que posso de Breaking Bad".Esta ficção sobrenatural partilha com Breaking Bad, o primeiro grande sucesso da AMC, o mesmo showrunner: Sam Catlin. O produtor colabora agora com a Sony no desenvolvimento de novos projetos e juntou-se à dupla Seth Rogen e Evan Goldberg (A Entrevista e Salsicha Party) para escrever e conduzir Preacher..Catlin trouxe para Preacher alguns dos detalhes que contribuíram para o sucesso de Breaking Bad. Além de ambas serem gravadas no Novo México e misturarem comédia e o drama, também na equipa técnica têm semelhanças: repetem presença o compositor Dave Porter, responsável pela banda sonora, e a editora Kelley Dixon..Outro dos fatores em comum entre as duas produções está na organização dos argumentistas. Catlin admitiu ao site The Verge que se inspirou na forma como Vince Gilligan o fazia em Breaking Bad - "Sou eu e outros seis argumentistas, e fazemos as coisas basicamente da mesma forma que o Vince fazia. Que é tentarmos discutir as histórias de forma bastante segura na sala, para que quando um guionista escreva o seu episódio, toda a gente esteja no mesmo comprimento de onda. Estou a tentar roubar tudo o que posso de Breaking Bad", brinca o showrunner..O produtor destaca ainda as possibilidades em aberto, pelo facto de a série não estar constrangida pelos limites da realidade, contrariamente ao enredo protagonizado por Walter White - "No mundo de Garth é possível tanta coisa. Tom Cruise pode morrer [o ator faz uma participação especial no primeiro episódio], há vampiros e anjos... É fantástico ter uma tela tão grande para poder desenhar".