A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) considerou, esta quinta-feira, como um ato bárbaro o rapto e agressão a Ericino de Salema, assinalando que as autoridades devem identificar os autores das ameaças feitas à vítima antes da ocorrência.."Este ato bárbaro representa, naturalmente, um grosseiro atentado contra a liberdade de expressão", afirmou o bastonário da OAM, de que a vítima é membro, Flávio Menete..Flávio Menete associou o rapto e agressão infligidos a Ericino de Salema às suas participações no programa de comentários "Pontos de Vista" do canal privado STV. "Ericino de Salema é comentador de um programa de televisão e nos últimos tempos tem vindo a comentar em torno de algumas matérias sensíveis", afirmou Flávio Menete..O bastonário da OAM, que já foi diretor-nacional da Polícia de Investigação Criminal (PIC), defendeu que o trabalho da polícia está facilitado, porque a vítima recebeu ameaças por telefone, antes de ser raptado e agredido na terça-feira. "Entendemos que tendo havido ameaças antes da ocorrência deste ato, o processo de investigação fica, de algum modo, facilitado", sublinhou Flávio Menete..A partir das ameaças, prosseguiu, as autoridades judiciais, têm algumas pistas para chegar aos autores do crime, se for realizado um trabalho sério e profundo..Ericino de Salema foi encontrado gravemente ferido no distrito de Marracuene, a oito quilómetros do centro de Maputo, algumas horas após ter sido raptado por desconhecidos..O jornalista foi encontrado por populares abandonado no passeio da estrada circular de Maputo em Marracuene, província de Maputo, e depois transportado para o Hospital Privado de Maputo, onde se encontra internado..A vítima apresentava sinais de agressões que terão sido infligidas com objetos contundentes e está consciente, de acordo com testemunhos relatados pelo canal privado STV..Ericino de Salema, comentador do "Pontos de Vista", um programa de análise política muito visto em Moçambique, foi raptado à saída do SNJ, onde se deslocou para almoçar no restaurante do local..O ataque ao jornalista está a ser alvo de forte repúdio em vários quadrantes da sociedade moçambicana e por organizações internacionais de defesa dos direitos humanos que associam o acontecimento a atos de violência que têm sido perpetrados contra vozes críticas à governação da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).