Morte e funeral de Salazar em 1970

Debilitado desde a queda da cadeira em 1968, Salazar morreu a 27 de julho de 1970. O funeral foi nos Jerónimos, a 30, tendo o corpo seguido de comboio para Santa Comba Dão, onde está sepultado
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A morte em 1970 do homem que durante quatro décadas pôs e dispôs no país mereceu uma edição especial do DN colocada à venda ao fim da manhã do próprio dia 27 de julho, com a manchete a anunciar "Portugal está de luto - Morreu o Presidente Salazar". Desde a célebre queda da cadeira, em agosto de 1968 quando folheava o nosso jornal no Forte de Santo António, no Estoril, que António de Oliveira Salazar deixara de governar. Mas apesar de Marcelo Caetano ser o chefe do governo, toda a gente, e sem falha a imprensa, mantinha o respeitoso tratamento de "Presidente Salazar". Isso devia-se a que ao primeiro-ministro da época se costumava chamar presidente do Conselho, pois o presidente da República era Américo Tomás. Salazar não esteve na liderança do golpe de 28 de maio de 1926, que foi obra dos militares, mas cedo emergiu como a principal figura do novo regime. A partir de 1932, foi chefe do governo, destacando-se por sanear as contas públicas e por manter Portugal fora da Segunda Guerra Mundial. Depois de 1945, com o fim do fascismo na Europa não ibérica, o regime foi ficando mais isolado, ainda mais quando rejeitou a descolonização na década de 1960, contra americanos e soviéticos. A revolução aconteceu quatro anos depois da morte de Salazar, como se o regime salazarista fosse incapaz de sobreviver ao fim do seu construtor.

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