Morreu Nuno Graciano, o apresentador que tentou a sorte na política

Estreou-se na televisão em 1994, na SIC, passando ainda pela TVI, CMTV e Canal 11. Em 2021, convidado por André Ventura, foi candidato à Camâra de Lisboa pelo Chega. Sofreu um ataque cardíaco.
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Nuno Graciano, apresentador de televisão e empresário, morreu esta quinta-feira aos 54 anos. Na segunda-feira, a família tinha informado, através das redes sociais, que o apresentador estava internado com um "prognóstico muito reservado", sem especificar qual o problema de sáude. Soube-se depois que tinha sofrido um ataque cardíaco, na casa de banho de um café em Cascais, e encontrava-se em coma.

O empresário deixa quatro filhos - Gonçalo, de 25 anos, Tomás, de 22, fruto do primeiro casamento com Patrícia Chester, Matilde, de 18, e Maria, de 13, do casamento com Bárbara Elias, de quem se divorciou em 2018.

Nuno Graciano estava afastado da televisão desde que foi comentador do programa TVI Extra e participou no Big Brother Famosos em 2022. Estreou-se na TV em 1994, com o programa Queridos Inimigos, na TVI, mas foi na SIC que ganhou maior projeção, sobretudo como apresentador de Não Há Crise. A SIC recordou-o como "uma figura incontornável na história da televisão". Posteriormente, em 2013,esteve também na CMTV, onde apresentou o programa Manhã CM com Maya. Regressou à TV em 2019, para apresentar um programa no Canal 11, O Meu Clube, dedicado a emblemas de escalões secundários do futebol português.

A 25 de janeiro de 2018, o apresentador concedeu uma entrevista a Daniel Oliveira, no programa Alta Definição, da SIC, onde de forma amargurada não escondeu a forma como foi afastado da televisão. "Acabei por dar mão e braços a pessoas que hoje cagaram para mim completamente e isso é uma mágoa enorme que eu tenho. Não acho justo, não acho correto, não acho que a vida tenha que ser assim", desabafou na altura.

"Eu não faço nada em prol dos outros à espera que me retribuam, mas acho que o reconhecimento é uma coisa muito importante", acrescentou, revelando que lhe tentaram destruir a vida: "Fui muito massacrado ultimamente, fizeram-me de facto mal. Amachucaram-me, achincalharam-me, tentaram-me destruir. Porquê não sei ainda, acho que nunca saberei, mas tentaram destruir-me."

Depois de ser afastado da televisão em 2016, abriu um negócio de produção de queijos da Serra da Estrela, criando a marca Queijo do Tio Careca. "Eu tive que me reinventar, podia ter ficado como muitas pessoas em casa na cadeira a ver o que é que acontece, a ver se o telefone toca, mas eu disse não. Não me vão destruir porque eu não vou permitir. Eu tenho responsabilidades familiares, tenho quatro filhos fantásticos que eu tenho que criar e a quem tenho de dar o exemplo de que quando a vida nos prega rasteiras nós temos de nos reerguer", contou ainda no Alta Definição.

Em 2021, foi candidato à Câmara de Lisboa pelo Chega (obteve 4,41% dos votos). Ligação que explicou durante uma emissão do Big Brother Famosos 2 em que participou. "Que fique explícito que eu nunca fui do Chega, nunca fui", garantiu, explicando depois porque aceitou na altura o convite de André Ventura. "Poder trabalhar com pessoas é uma coisa que me encanta e achei que era uma experiência gira colocar-me ao serviço da sociedade, ao serviço do povo. No caso, foi um convite particular ao qual eu disse imediatamente: "Existem aqui linhas com as quais concordo". Eu não sou filiado do partido. Acabaram as eleições e eu não tenho rigorosamente nada a ver com o partido", deixou claro na altura.

O Chega reagiu à sua morte através das redes sociais: "Foi com grande tristeza que recebemos a notícia da morte do nosso companheiro Nuno Graciano. Os nossos sentidos pêsames à família do Nuno! Até um dia, companheiro!"

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