Lisboa estende passadeira azul para a Eurovisão
Durante dez dias, são esperados em Lisboa cerca de trinta mil visitantes, "uma estimativa por baixo", como fez questão de sublinhar Gonçalo Madaíl, o creative manager da edição portuguesa do Festival da Eurovisão, que ontem foi apresentado oficialmente em Lisboa. A estes números juntam-se ainda "mais de mil profissionais, outros tantos participantes e delegações e quase dois mil jornalistas internacionais", referiu ainda este responsável.
A cerimónia teve lugar no Oceanário de Lisboa, um cenário nada inocente, como se percebeu quando, a dada altura, foi finalmente revelado o logótipo da edição de 2018, a primeira, em 61 anos de história do festival, a ser realizada em Portugal. O logótipo, uma concha em espiral de tons azuis, rodeada de um fundo amarelo a fazer lembrar o sol, foi uma criação do diretor de arte da RTP, Nicolau Tudela, que se inspirou "na diversidade e simplicidade do plâncton" para criar um símbolo "imediatamente reconhecível como português, pela ligação ao mar". Além deste, foram ainda criados mais 12 logos, com um design semelhante e todos eles com ligação ao mar, que irão invadir a cidade nos próximos meses e até à data do festival, que Gonçalo Reis, presidente do conselho de administração da RTP, comparou a "um web summit da música". Não só pelo retorno imediato na cidade, sublinhou momentos depois Gonçalo Madaíl, mas também pela visibilidade planetária do festival, que "no ano passado teve uma assistência de 200 milhões de espectadores em todo o mundo", à frente da final do Super Bowl (113,7 milhões) e apenas atrás da final da Liga dos Campeões (350 milhões).
A animação começa logo no dia 4 de maio, com a abertura, no Terreiro do Paço, da Eurovision Village, um espaço de animação, de entrada livre, que funcionará todos os dias das 15.00 às 23.00, onde atuarão concorrentes e artistas nacionais e se poderá assistir, num ecrã gigante, à transmissão em direto das duas semifinais e final do festival. O programa oficial, no entanto, só terá início no dia 6 de maio, com a cerimónia da passadeira vermelha e a receção oficial às delegações, que terá lugar no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia. "Na verdade será mais uma passadeira azul, de forma a celebrar também a ligação de Portugal ao mar e dessa forma construir a narrativa de um país multicultural e aberto", referiu ainda Gonçalo Reis, prometendo "um festival muito sofisticado, mas feito de uma forma simples e elegante, à imagem da canção do Salvador Sobral", que no ano passado valeu a vitória a Portugal, com a maior votação de sempre da história da Eurovisão.