Filho de Escobar arrasa "Narcos" e aponta 28 erros

Sebastián Marroquín, filho do narcotraficante Pablo Escobar, volta a criticar a série "Narcos", que diz "insultar a história da Colômbia" e aponta 28 erros da segunda temporada.
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Tem recebido o aplauso geral da crítica e conquistado público pelo mundo fora. Mas há alguém que não está muito contente com Narcos, a série dramática da Netflix sobre a vida do maior barão da droga colombiano, Pablo Escobar, e do mundo do narcotráfico na Colômbia nas décadas de 1970 e 80, com uma segunda temporada recém-chegada à plataforma de streaming.

Sebastián Marroquín, filho de Escobar, volta a arrasar a trama protagonizada por Wagner Moura, na pele do líder do cartel de Medellín, e Boyd Holbrook e Pedro Pascal na pele de dois agentes da DEA (Drug Enforcement Administration, órgão norte-americano de combate ao tráfico de drogas).

Num texto partilhado no seu perfil do Facebook, o colombiano de 39 anos olha para Narcos como "um insulto" e mostra a sua revolta com a forma como a série está a ser feita. "Partilho a minha reflexão da segunda temporada para que desconfiem da sua veracidade. Assim podem evitar o tédio de a ver", frisa o arquiteto, que mudou de nome [nasceu Juan Pablo] quando se exilou na Argentina, onde vive, tal como a irmã, Manuela, e a mãe, Maria, o grande amor de Escobar. "Vejo-me na obrigação de expor os erros gravíssimos de uma série que se autoproclama veraz, quando está muito distante de o ser, insultando a história de toda uma nação e das muitíssimas vítimas e suas famílias", atira.

A crítica de Sebastián Marroquín, que na série da Netflix surge ainda em criança, enumerou, de seguida, 28 elementos na trama que afirma estarem errados. Mesmo depois de os criadores da série, que foi renovada por mais duas temporadas (as primeiras sem Pablo Escobar, que morre na atual leva de episódios), já terem dito que se trata de ficção e de nunca terem tido o objetivo de abordar a vida de Escobar de forma completamente fiel à realidade.

Há um ano, em entrevista ao jornal brasileiro A Folha de S. Paulo, Sebastián Marroquín já havia criticado a série, acusando-a de encobrir a corrupção na DEA. "Eles deviam ter incluído episódios a mostrar como a DEA cobrava impostos ao meu pai para permitir que a cocaína entrasse nos EUA, através do Aeroporto Internacional de Miami", disse Marroquín.

Além disso, frisou ao diário brasileiro que Narcos "instala nos jovens o desejo de se tornarem traficantes. A ação está muito glamorizada, parece que ser traficante é muito bom: estão cheios de dinheiro, armas, mulheres e propriedades. O meu pai nunca sofre [na série], nunca o vemos a chorar", atirou o colombiano.

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