Ucrânia em risco de não ser anfitriã do Festival da Eurovisão em 2017
Más notícias para os fãs do maior certame de musical europeu: o Festival da Eurovisão poderá não acontecer no próximo ano. Pelo menos, as probabilidades de não acontecer na Ucrânia parecem ser cada vez mais elevadas.
A demissão de Zurab Alasania, diretor da NTU, a televisão pública ucraniana, na sequência das dificuldades financeiras que a estação atravessa, colocam em risco a possibilidade daquele país ser anfitrião do Festival da Eurovisão em maio próximo, papel esse que cabe tradicionalmente ao país vencedor do certame.
De acordo com o diário britânico Telegraph, a administração da NTU já tinha estipulado um orçamento de 15,7 milhões de euros para a organização do festival, um valor descrito como "austero", descrição acertada, quando comparada com os 54 milhões de euros gastos pelo Azerbaijão em 2012.
"Ultrapassar a resistência dos burocratas é muito difícil e não nos queixámos até há pouco tempo. Mas estamos desesperados. Não seríamos capazes se organizar a Eurovisão em 2017", explicou Alasania em entrevista a um diário ucraniano, adiantando ainda que seriam precisos cerca de 10 mil euros mensais só para contratar um produtor para o evento.
Em declarações ao site da Billboard, fonte oficial da União Europeia de Radiodifusão, entidade organizadora do Festival da Eurovisão, afirma que estão a ser feitos todos os esforços para que a Ucrânia seja anfitriã. "Estamos em constante contacto com a NTU e estamos a fazer tudo o que podemos para os ajudar a receber o 62º festival da Eurovisão, em maio de 2017".
Jamala, com a canção 1944 foi, recorde-se, a vencedora da edição deste ano do Festival da Eurovisão, que aconteceu em Estocolmo, Suécia. Esta semana, foram anunciados os 43 países participantes na próxima edição do festival, confirmando assim o regresso de Portugal ao certame após um ano de interregno.
Apesar de pouco comum, não é inédito um país vencedor não ser anfitrião do Eurofestival no ano seguinte: aconteceu em cinco ocasiões diferentes ao longo dos 60 anos de história do evento:
1960 - a BBC foi anfitriã em Londres depois da Holanda declinar organizar, por motivos financeiros
1963 - a BBC volta a ser anfitriã em Londres, depois da França (vencedora), Mónaco e Luxemburgo declinarem a organização por motivos financeiros
1972 - a BBC foi anfitriã em Edimburgo depois do Mónaco não ter apresentado um local adequado para receber o certame
1974 - a BBC foi anfitriã em Brighton depois do Luxemburgo declinar a organização por motivos financeiros
1980 - a holandesa NOS foi anfitriã em Haia depois de Israel declinar organizar o certame por motivos financeiros