A primeira entrevista à TV do juiz da Lava Jato foi o tema mais debatido no Twitter
Roda Viva, o programa da TV Cultura de São Paulo, no Brasil, emitido na passada segunda-feira, bateu recordes de audiência. Afinal, o convidado do jornalista Augusto Nunes dessa noite foi Sérgio Moro, o juiz federal encarregue do caso Lava Jato, que tem Lula da Silva, ex-presidente brasileiro, como arguido.
Por tudo isso, o interesse à volta desta conversa correu mundo. O programa começou às 22:15 e rapidamente chegou ao topo do Trending Topics do Twitter, ranking dos assuntos mais comentados e repercutidos na rede social.
A hashtag #RodaViva depressa passou a ser o assunto mais comentado da plataforma, ultrapassando a estreia do novo videoclipe da cantora brasileira Anitta, Indecente, lançado às 22:45, no YouTube.
A entrevista foi citada mais de 75 mil vezes entre as 21:00 e as 23:00 no Twitter, enquanto o nome do juiz de Curitíba surgiu 120 mil vezes.
Quanto às audiências, o Ibope - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística - disse que o programa teve uma surpreendente média de 4 pontos, contra os 1,5 conseguidos em dias normais, o que representou 800 mil telespectadores apenas na área da Grande São Paulo.
Em alguns momentos, o formato disputou o terceiro lugar no ranking com a RecordTV. Um desempenho inédito para o programa transmitido ininterruptamente desde 1986.
Na entrevista, o Juiz falou abertamente sobre todos os tópicos polémicos de quatro anos à frente da operação Lava Jato. Moro respondeu sem reservas às perguntas de vários jornalistas presentes no painel de Roda Viva.
Um dos assuntos mais discutidos online foi a condenação de Lula da Silva a 12 anos e um mês de prisão, e que pode ser preso a qualquer momento caso o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeite o habeas corpus preventivo pedido pelo político. A discussão será retomada no próximo dia 4 de abril.
Moro disse torcer para que o Supremo Tribunal Federal (STF) "tome a melhor decisão" no caso do ex-presidente do Brasil e reiterou que é a favor da execução das penas a partir da condenação em segunda instância, assim como voltar a instituir a prisão provisória através de uma proposta de emenda à Constituição.
"Tenho esperança de que o precedente não vá ser alterado. Se o STF rever esse antecedente, temos de pensar noutra opção. Podemos cobrar aos candidatos a presidente uma posição sobre corrupção. Podemos restabelecer a execução de pena por emenda constitucional", afirmou.
O juiz da Lava Jato alegou ainda que apenas estará a cumprir as ordens do Tribunal Regional Federal da 4ª Região caso venha a determinar a prisão do ex-presidente.
Entre outros temas, Sérgio Moro negou ter pedido desculpas por ter tornado pública a gravação de um telefonema entre os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff e falou sobre as críticas que recebeu por receber ajudas de custo relativos à habitação.