Marcelo almoçou com presidente de Cabo Verde na Cova da Moura

Marcelo almoçou com presidente de Cabo Verde na Cova da Moura

PR não quis revelar de que projetos falou com o seu homólogo cabo-verdiano e com o presidente da Câmara Municipal da Amadora, Vítor Ferreira: "Vários, vários", retorquiu.
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O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, almoçou esta quarta-feira com o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, na Cova da Moura, Amadora, e disse que falaram de projetos para o futuro, que não quis revelar.

Durante uma visita à feira de solidariedade Rastrillo, no Centro de Congressos de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa contou aos jornalistas que tinha estado a almoçar com José Maria Neves no bairro da Cova da Moura e que essa ideia surgiu na terça-feira, depois de saber que o Presidente de Cabo Verde tinha estado no bairro do Zambujal.

Interrogado se esta ida à Cova da Moura foi uma chamada de atenção ao Governo para a necessidade de olhar para os moradores destes bairros, o chefe de Estado respondeu: "Não, mas é curioso que ali se falou de uma série de projetos importantes, e com o presidente da Câmara Municipal, que envolviam o Estado também, envolvem, naturalmente, não apenas o município, mas o Governo".

Marcelo Rebelo de Sousa não quis revelar de que projetos falou com o seu homólogo cabo-verdiano e com o presidente da Câmara Municipal da Amadora, Vítor Ferreira: "Vários, vários", retorquiu.

Contudo, associou pelo menos parte desses projetos às comemorações dos 50 anos da independência de Cabo Verde: "O Presidente [José Maria Neves] está a tomar iniciativas, queria que eu me associasse a algumas iniciativas, e vamos ver como é que é possível".

"Falámos de uma série de projetos de futuro, e é possível que eu ainda vá a Cabo Verde este ano. Mas para o ano certamente irei, na altura da celebração da independência", adiantou, enquanto visitava uma das bancas do mercado de Natal Rastrillo.

Por outro lado, o chefe de Estado realçou como "problema de fundo" da Cova da Moura a questão da propriedade do terreno, "que era de uma família na altura em que acabou por ser ocupado por um bairro que foi crescendo, crescendo, crescendo". 

"Ficou pendente a questão de haver ou não um acordo mais tarde com a família e há avaliações diferentes. E a situação, naturalmente, é difícil para o município de tratar. O município tem uma avaliação mais baixa, a família apresenta uma avaliação muito mais alta [do terreno]", referiu.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, a ideia deste almoço surgiu ma terça-feira, quando recebeu em audiência o Presidente de Cabo Verde, que veio a Portugal para o 10.º Fórum Global da Aliança das Civilizações da Organização das Nações Unidas (ONU), "uma vez que o Presidente já tinha ido ao bairro do Zambujal".

A comunicação social perguntou-lhe se falaram dos acontecimentos recentes na Cova da Moura -- onde na madrugada de 21 de outubro morreu Odair Moniz, com nacionalidade cabo-verdiana, residente no bairro do Zambujal, baleado pela polícia.

"Esses problemas já os tínhamos tratado, já não são muito recentes, e o Presidente José Maria Neves tinha tomado uma posição e tinha-se interessado, tinha acompanhado de perto tudo o que tinha acontecido", respondeu Marcelo Rebelo de Sousa. 

Questionado se já não deveriam ser conhecidas as conclusões do inquérito da Inspeção-Geral da Administração Interna sobre o caso de Odair Moniz, o Presidente da República declarou: "Esperemos".

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