Zâmbia e Zimbabué querem arrancar com construção de barragem de 3,5 mil MEuro em 2020
A barragem de Batoka ficará cerca de 50 quilómetros a jusante das cascatas Victoria Falls e produzirá cerca de 2.400 megawatts a dividir entre os dois países.
A Autoridade do Rio Zambezi (ZRA, na sigla inglesa), uma organização coadministrada por Zâmbia e Zimbabué, anunciou que os estudos de viabilidade estão praticamente concluídos e que até ao final do ano uma construtora deve ser contratada.
"A construtora deve iniciar os trabalhos durante o último trimestre", afirmou o diretor-executivo da ZRA, Munyaradzi Munodawafa, numa declaração.
A organização defende que o projeto terá "impacto mínimo" nas povoações locais, visto que a água do rio Zambeze - que também percorre o leste de Angola - deve ficar contida numa ravina.
A Zâmbia refere que o projeto será construído com base num modelo de financiamento "construir-operar-transferir" que "não deve sobrecarregar" fiscalmente os dois países.
Esta semana, o ministro da Energia da Zâmbia, Matthew Nkhuwa, afirmou à agência France-Presse que a construtora ainda não tinha sido selecionada.
No entanto, de acordo com a Bloomberg News, o Presidente zimbabueano, Emmerson Mnangagwa, referiu no mês passado que a norte-americana General Electric e a chinesa Power Construction Corporation tinham sido as escolhidas.
Além da barragem, o projeto contempla a construção de estradas, infraestruturas de transmissão e habitações.
O Zimbabué sofre cortes energéticos regulares que chegam a durar 19 horas por dia, quebras relativamente maiores que as enfrentadas pela Zâmbia.
Os dois países gerem já a central hidroelétrica Kariba, um pouco a montante do Zambeze, embora esteja a operar abaixo da sua capacidade devido a uma seca.