"Hoje em dia a Venezuela vive uma tremenda crise institucional, uma crise política, social, uma crise económica num país de tantos recursos e tão rico", afirmou a escritora, de 75 anos, radicada nos Estados Unidos. .Isabel Allende, que chegou ao país só para apresentar o livro "Mas Allá del Invierno" ou "Para além do Inverno", na tradução em português, manifestou esperança de que rapidamente se encontre uma solução pacífica para a crise.."Espero que haja rapidamente uma solução política pacífica, na qual devem intervir todos os países da região para defender a democracia na Venezuela", acrescentou a escritora, cuja obra está traduzida em 35 línguas..Allende, que iniciou a carreira literária no Chile e na Venezuela, sublinhou que todos os habitantes da região têm um papel a desempenhar para defender a democracia desse país caribenho.."A democracia na Venezuela está ameaçada por um governo que se está a apoderar de todos os poderes do estado. E penso que nós, enquanto conjunto latino-americano poderíamos ter uma postura de liderança em tratar de resolver isto pacificamente, porque a coisa está muito má na Venezuela", disse a autora de "A Casa dos Espíritos" (1982), o seu primeiro romance e um dos títulos míticos da literatura latino-americana. .Na Venezuela, os protestos contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde abril último, depois de serem divulgadas duas sentenças do Supremo Tribunal de Justiça que limitavam a imunidade dos deputados e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento..Os protestos agravaram-se depois de o Presidente Nicolás Maduro anunciar a eleição de uma Assembleia Constituinte, para reformar a Constituição..Eleita no final de julho e contestada por grande parte da comunidade internacional, a Constituinte, que reúne 545 membros próximos do poder, chamou a si o essencial dos poderes do parlamento..A iniciativa marcou um novo episódio na grave crise política que abala a Venezuela, onde manifestantes exigem nas ruas a saída do Presidente, eleito em 2013. Pelo menos 125 pessoas morreram na sequência dos protestos.