UGT exige que ex-Presidente brasileiro Lula da Silva seja mantido em liberdade

A central sindical portuguesa União Geral de Trabalhadores (UGT) exigiu hoje, através de um comunicado, que o ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva seja mantido em liberdade "em nome da justiça e democracia brasileiras".
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"A UGT vem acompanhando atentamente a situação política e sindical no Brasil, não podendo deixar de manifestar a sua forte apreensão com as recentes evoluções, nomeadamente com a rejeição pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula da Silva", indicou a nota enviada à imprensa.

Segundo o texto, "independentemente dos circunstancialismos e das especificidades da situação, o que ficou claro, mais uma vez, é que as decisões que vêm sendo assumidas são fundadas, sobretudo e em primeira linha, num argumentário que, mais do que jurídico, é político".

"E tão mais político se torna quando se encontra em curso o processo que conduzirá às eleições presidenciais de outubro deste ano", sublinhou a UGT.

A central sindical diz que esta é uma situação que considera "insustentável por colocar em causa a indispensável independência que deve existir entre o poder político e o poder judicial, fazendo consequentemente perigar o que é um dos pilares fundamentais de qualquer estado de direito democrático".

"A UGT vem assim juntar a sua voz à do movimento sindical brasileiro e internacional, e manifestar a sua total solidariedade com os que defendem não apenas a libertação do ex-presidente Lula da Silva mas a garantia de uma intervenção realmente isenta do poder judicial, condições essenciais para garantir a estabilidade e o não retrocesso da própria democracia brasileira", refere-se no comunicado, assinado pelo secretário-geral do sindicato, Carlos Silva.

"Em nome da solidariedade! Em defesa da justiça! Em defesa da estabilidade do estado de direito! Em defesa da democracia!", apelou ainda o texto da UGT.

O juiz federal brasileiro Sérgio Moro, responsável pelo processo Operação Lava Jato em primeira instância, determinou na quinta-feira a prisão do ex-Presidente, condenado já em duas instâncias por corrupção e branqueamento de capitais.

Moro deu prazo até hoje, às 17:00 (horário de Brasília, 21:00 de Lisboa) para o ex-Presidente brasileiro se apresentar voluntariamente à Polícia Federal na cidade de Curitiba, no estado do Paraná, sul do Brasil.

Os seus advogados anunciaram entretanto que apresentaram já um novo recurso perante o Tribunal Superior de Justiça para travar a iminente prisão do ex-líder sindical e ex-Presidente do Brasil.

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