Sindicato equaciona luta para exigir substituição de 40 enfermeiros no Algarve
A estrutura sindical algarvia criticou a forma como o primeiro-ministro, António Costa, abordou a necessidade de o Governo reforçar o pessoal no Algarve, ao ser confrontado com o problema por uma delegação sindical durante uma visita à região realizada a 12 de janeiro, e vem agora a público lembrar essa exigência depois de 40 profissionais terem deixado os serviços do CHUA no início do mês.
"Com menos 40 enfermeiros desde 01 de fevereiro, sem autorização para contratar e com o primeiro-ministro a responder 'vamos ver...', formas de luta poderão ser agendadas", alertou a direção regional de Faro do sindicato, num comunicado hoje divulgado.
A mesma fonte recordou que o "CHUA perdeu a 01 de fevereiro cerca de 40 enfermeiros para os Centros de Saúde, por via de concurso", e a administração hospitalar disse aos representantes sindicais, numa reunião entre as partes, "que pediu autorização para contratar novos enfermeiros".
"Até hoje nem uma única autorização. As garantias públicas do Ministro da Saúde de que os enfermeiros seriam substituídos redundam em zero", constatou o SEP, frisando que já tinha alertado António Costa "para as consequências" da não substituição desses profissionais, quando lhe entregou um documento com a suas exigências por ocasião da sua visita à região.
O SEP recordou que, a 12 de janeiro, além de ter respondido "vamos ver", o primeiro-ministro disse que tinha "enviado o documento para o Ministro da Saúde".
A estrutura sindical lamentou que, até ao momento, ainda não haja uma resposta da tutela e considerou que a atitude do executivo "parece querer trilhar o mesmo caminho dos anteriores governantes" do PSD e do CDS-PP, tentando "fazer mais com menos".
"O plano de contingência [da gripe] foi ativado com aumento de camas em alguns serviços, abertura de camas no Centro de Medicina de Reabilitação do Sul [em São Brás de Alportel], mas com menos enfermeiros. O CHUA está impedido de avançar com projetos no domicílio com garantia de mais segurança aos doentes por não ter enfermeiros", exemplificou o sindicato para ilustrar as consequências nos serviços.
A direção regional de Faro do sindicato defendeu ainda que "o posicionamento do Ministério da Saúde começa a ter contornos de estratégia 'mal-amanhada' para criar obstáculos à passagem dos enfermeiros a CIT (Contrato Individual de Trabalho) para as 35 horas" e garantiu que, "caso se mantenha, o SEP agendará um plenário com os enfermeiros para decidir formas de luta".