Sibéria é habitada há mais tempo do que se pensava

Lisboa, 07 jun 2019 (Lusa) -- Um estudo genético revelou que a Sibéria foi inicialmente ocupada por uma população do paleolítico, provando-se que a região é habitada há mais tempo do que se pensava, segundo um artigo publicado hoje na revista Nature.
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A análise de 34 genomas obtidos em restos mortais humanos, descobertos em vários locais do norte da Sibéria e da Rússia central, revelou que uma população paleolítica foi a primeira a habitar no local, seguindo-se, no mínimo, três grandes migrações.

Pensava-se que as atuais populações da Sibéria descendiam de humanos que viveram há cerca de 30 mil anos, mas as amostras desta altura "são mais semelhantes às de indivíduos que vivem atualmente no oeste da Europa do que às de indivíduos das populações atuais da Sibéria", explicou, citado num comunicado, Vítor Sousa, um dos autores do artigo e investigador na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

O estudo revelou que um dos genomas analisados está relacionado com os indígenas americanos, sendo esta a primeira ligação genética descoberta fora dos Estados Unidos da América.

Esta foi a segunda vaga de população no local, há cerca de 31 mil anos, tendo sido depois substituída por uma vaga migratória de população do sudeste asiático, há entre 10 e 18 mil anos.

"As várias migrações que se verificaram no nordeste da Sibéria ao longo dos últimos 30 mil anos revelam que estas várias populações geraram a diversidade genética dos humanos contemporâneos que habitam numa vasta área dos continentes americano, europeu e asiático", lê-se no mesmo comunicado.

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