Ribau critica governo por "só ter discurso" quanto a animais abandonados
Ribau Esteves, que falava na apresentação do projeto para o polo de Aveiro do Centro Intermunicipal de Recolha Oficial de Animais, referiu que os custos da obra dos três polos a construir para obedecer às novas regras que proíbem o abate de animais vão ser assumidos a 100 por cento pelos municípios da região.
"A tal verba de dois milhões de euros é para rir porque só nós temos de investir cerca de três milhões de euros nos três polos e o fundo do orçamento de Estado não interessa para nada. É tudo circo e o que temos é só discurso", criticou.
A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) vai construir três novos polos de recolha de animais, sendo um em Águeda, que será o maior, outro em Ovar e o terceiro em Aveiro, que se vão juntar ao que já existe em Ílhavo, de menor dimensão.
Os 11 municípios da CIRA participam nos custos de construção e depois das obras concluídas a gestão deverá ser feita ao nível intermunicipal, com uma equipa de seis veterinários e os custos fixos repartidos por igual, enquanto os custos variáveis serão suportados em função do número de animais entregues.
No caso do polo de Aveiro, a estimativa de custos aponta para 800 mil euros e o projeto nem vai aproveitar a obra de alvenaria deixada por um dos anteriores executivos: "quase nada se vai aproveitar as construções existentes, que serão demolidas porque não se adequam ao regime jurídico atual", deu conta o autarca.
Ribau Esteves destacou os "ganhos de gestão, logísticos e de segurança" na localização do futuro polo, vulgo "canil municipal", em terrenos contíguos aos Serviços Urbanos.
O projeto compreende um edifício administrativo, com sala de cirurgia e gabinetes veterinários, 63 alojamentos duplos e nove alojamentos coletivos para cães, seis celas individuais de quarentena, cinco celas para felinos e três boxes multiespécies para grandes animais, além de uma zona em terreno aberto para exercitar os animais.
O Conselho Intermunicipal deverá lançar o respetivo concurso em julho, sendo necessário o visto do Tribunal de Contas, e a construção deverá demorar cerca de um ano.
Mesmo antes disso, a Câmara de Aveiro vai avançar com a campanha de esterilização de animais, logo que esteja concluído o processo de seleção do veterinário municipal, assegurou Ribau Esteves.
Lusa / Fim