Projeto de economia circular conserta gratuitamente eletrodomésticos em Ermesinde

Um projeto piloto no Centro Social de Ermesinde, no concelho de Valongo, promove reparações gratuitas de pequenos eletrodomésticos junto da população mais carenciada e quer tornar-se regular em 2019, disse à hoje agência Lusa o promotor.

A iniciativa denominada "Repair Café", agendada para as primeiras duas terças-feiras de dezembro naquele concelho do distrito do Porto, pretende, segundo o responsável Sérgio Garcia, funcionar como uma "transição para a economia circular", dado ser "gratuita e aberta ao público".

"Em contraciclo com os objetivos da economia de mercado, em que o propósito é usar e deitar fora, o nosso objetivo é diagnosticar a avaria e reparar pequenos eletrodomésticos, com a ajuda de voluntários, evitando que sejam colocados no lixo enquanto as pessoas tomam um café", revelou o também licenciado em Engenharia do Ambiente.

Da procura de voluntários capazes de fazer esses pequenos trabalhos de forma gratuita resultou a "adesão de três reformados, os senhores Alfredo Almeida, José Damião e Alvarinho Ramos" que, "embora nenhum deles seja técnico, têm a capacidade para resolver esses problemas".

No dia 04, segundo Sérgio Garcia, fizeram-se cinco reparações: uma impressora, um secador de cabelo, uma máquina de café e duas pistolas de cola quente, um resultado que o próprio catalogou como "um sucesso".

"Já temos inscrições para o dia 11 e a nossa ideia, a partir de janeiro de 2019, é que passe a acontecer uma vez por mês, talvez na última terça ou quinta-feira de cada mês"", acrescentou o gestor de qualidade do Centro Social de Ermesinde.

Este projeto, explicou, decorre da perceção das necessidades das pessoas e "pretende, nas vertentes da economia, social e ambiental" ajudar a mudar o paradigma do "estraga e deita fora", ajudando-as a "rentabilizar os eletrodomésticos e preservar o ambiente".

"No primeiro dia, parte das pessoas que nos procuraram eram desempregadas e outra pertence a uma associação de pais, o que nos permitiu colaborar com a escola ao reparar-lhes a impressora", revelou Sérgio Garcia, satisfeito por "o sentimento de partilha que também consta do projeto poder materializar-se".

No ato da inscrição as pessoas são convidadas a preencher um formulário em que informam, entre outras coisas, sobre a sua condição laboral e formação académica o que, segundo Sérgio Garcia, "ajudará, em futuros relatórios, a ter uma imagem mais aproximada do meio onde decorre o projeto".

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