O acordo foi assinado em Adis Abeba pelos dois líderes, juntamente com as demais partes implicadas no conflito, numa cimeira extraordinária de chefes de Estado da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento no Leste de África (IGAD, na sigla original), organismo que supervisiona o processo de paz. .O presidente desta organização e primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, felicitou os signatários..O pacto inclui dois documentos principais: o protocolo sobre os assuntos de segurança, que foi fechado no início de julho, e a partilha do poder, parte principal do acordo e que foi assinada numa cerimónia em Cartum (capital do Sudão), em 05 de agosto. .Estes documentos preveem um cessar-fogo num período transitório de oito meses e a posterior constituição de um governo de unidade nacional, que deverá manter o poder durante três anos, a que se seguirá a realização de eleições. .Além disso, ficou acordada a formação de um parlamento de 550 membros, dos quais 332 serão pró-governo, 128 deputados afetos a Machar (antigo vice-presidente) e 80 de outros grupos opositores, além de dez representantes do grupo opositor conhecido como os antigos presos políticos. .Também estipula a entrega das armas por parte do exército e dos rebeldes, e a criação de um conselho de defesa conjunto integrado por líderes militares dos dois lados e supervisionado por um comité composto pelo Sudão e o Uganda, países que participaram na mediação. .Quanto ao cessar-fogo, o acordo contempla que, num prazo de 15 dias após a assinatura, sejam implementadas todas as medidas que lhe dizem respeito, nomeadamente a retirada de tropas e a abertura de corredores humanitários..Em 28 de agosto, a oposição anunciou a sua recusa em assinar o acordo, mas dois dias depois recuou nesta posição e assegurou que o aceitaria. .As negociações entre as partes em conflito prolongaram-se desde finais de junho na capital do Sudão, país que liderou a mediação desta vez, após o fracasso da aplicação do acordo de paz alcançado em agosto de 2015 na Etiópia. .O conflito no Sudão do Sul começou em dezembro de 2013, dois anos depois da independência em relação ao Sudão, entre as forças de Kiir, da etnia dinka, e do então vice-presidente, Machar, da tribo nuer.