A Arte Periférica, galeria localizada no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, levou as obras de ambos os artistas a convite da embaixada portuguesa na China, depois de, em 2017, ter organizado, em parceria com a Fundação Oriente, uma exposição no Minsheng Art Museum, também em Pequim.."O consumo de arte pelos chineses tem crescido muito e sinto que a maior parte dos grandes compradores compram os chamados ativos financeiros", explicou à agência Lusa Anabela Antunes, cofundadora da galeria..No ano passado, este país asiático foi o segundo maior mercado de arte do mundo, apenas superado pelos Estados Unidos. Segundo um estudo da Art Basel e da UBS Global Art Market Report, a China contabilizou 21% dos 63 mil milhões de dólares (mais de 52 mil milhões de euros) em negócios de arte em todo o mundo..Lançado em 2006, o Art Beijing assume-se sobretudo como uma montra para a arte produzida na China. .Holanda, México, Espanha e Reino Unido foram os outros países presentes no evento que, no ano passado, atraiu 160 expositores e 100.000 visitantes. .O pintor português Carlos Farinha, que se define como "um contador de histórias", expôs dez obras, inspiradas na sua última viagem à China, como são exemplo os quadros "Experiência gastronómica", "Líder" ou "Wechat"..Aquela última retrata a importância da 'super' aplicação chinesa que atingiu recentemente mil milhões de perfis de utilizadores e une as funções de serviço de mensagens instantâneas e carteira digital.."O Wechat é impressionante: para contactar com os chineses só através do Wechat", explicou Carlos Farinha. "Está omnipresente. Não conheci nenhum chinês que não tivesse Wechat. As pessoas estão dependentes dessa app", descreveu..O referido estudo sobre o mercado da arte indica que a subida da procura chinesa se de deve ao aumento no número de bilionários no país, de 221, em 2016, para 580, no ano passado..Segunda maior economia mundial, a China é o país mais populoso do planeta, com cerca de 1.400 milhões de habitantes..Por isso, quando questionada se há na China mercado para a arte portuguesa, Anabela Antunes respondeu assim: "Acho que sim. Eles são muitos".