"Se por um lado há um interesse de ver as cidades a crescer, por outro é feita uma pressão muito grande sobre estes sítios e lugares. E este é um tema que estamos a viver e vale a pena pô-lo em palco", afirmou Judite Canha Fernandes, encenadora da peça, em declarações à agência Lusa..O projeto foi vencedor no âmbito da candidatura à Bolsa de Criação Dramatúrgica atribuída pelo Governo dos Açores em 2017. .A encenadora é natural do Funchal, na ilha da Madeira, mas reside nos Açores desde os oito anos. Atualmente tem 46, é sócia fundadora da cooperativa cultural Descalças e é também escritora de ficção, de poesia e de trabalhos teatrais..Judite Canha Fernandes leva à cena na sexta-feira a peça que se desenrola no interior de um avião durante um voo de longo curso, a primeira ligação entre Hong Kong e Ponta Delgada.."A história é contada a partir de alguém que trabalha dentro do avião e como a hospedeira vê isto: E é esta a história que vai estar em cena na peça que pretende chamar a atenção das pessoas para o impacto do turismo nas grandes cidades e isto aplica-se à maior cidade dos Açores", salientou, lembrando que com a chegada das companhias aéreas de baixo custo o turismo teve um grande incremento no arquipélago..A peça no Arquipélago, na Ribeira Grande, em São Miguel, tem estreia marcada para as 21:30 locais (mais uma hora em Lisboa) e é contada a partir do ponto de vista de uma hospedeira com 20 anos de careira, Mariana Pinto, personagem central da peça interpretada pela atriz Matilde Cañamero. .O espetáculo integra ainda música de Teresa Gentil e Rita Matias..A peça transita depois para o distrito de Lisboa, em maio, no Teatro Passagem de Nível, na Amadora.