Obras "reivindicadas" na secundária de Ermesinde prontas em novembro

As obras "muito reivindicadas e ambicionadas" da primeira fase de requalificação da escola secundária de Ermesinde, Valongo, terminam em novembro, confirmaram hoje os responsáveis numa visita que levou a este equipamento escolar o ministro da Educação.
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Tiago Brandão Rodrigues foi recebido pelos alunos com faixas e cartazes, nos quais se lia: "Queremos uma escola por inteiro e uma obra decente" ou "Merecemos uma escola acabada".

Em causa está um equipamento escolar que ao longo de décadas esteve no centro de reivindicações quer por parte da comunidade educativa, quer por diversos partidos políticos, sendo que o estado de degradação da escola gerou iniciativas como a pintura de um mural, manifestações entregas de cartas a governantes nacionais e uma vigília noturna.

A primeira fase de obra arrancou no final do ano passado, estando orçada em mais de três milhões de euros, sendo comparticipada em 85% por fundos comunitários, enquanto o remanescente é financiado pelo Governo (7,5%) e pelo Município de Valongo (outros 7,5%).

"Esta intervenção era sonhada há mais de 20 anos por esta escola. É importante vermos melhorias numa escola que desejava e precisava e que fica com um grande salto qualitativo", disse Tiago Brandão Rodrigues, ao lado do presidente da câmara de Valongo e do diretor da escola, bem como da responsável pela Associação de Pais.

Mas, confrontado com o facto de os alunos exigirem mais obras, o governante garantiu: "A escola vai ser reabilitada na totalidade. Na reprogramação do Portugal 2020, teremos em conta que existem mais necessidades nesta escola e pensar-se-á numa segunda fase", disse.

A visita desta tarde também ficou marcada pelas críticas da Associação de Pais da Escola Secundária de Ermesinde ao facto da autarquia ter, conforme descrevem os encarregados de educação em carta entregue ao ministro, decidido alocar uma verba destinada a esta escola mas que sobrou da obra a uma outra escola, à secundária de Valongo.

"Lamentavelmente conforme fomos informados pelo vereador da Educação, a câmara de Valongo pretende desviar 315 mil euros para a requalificação de um outro restabelecimento escolar da freguesia de Valongo", refere a carta.

Já em declarações à agência Lusa, a presidente da associação, Manuela Queirós, descreveu que "mesmo depois das obras da primeira fase, ficarão espaços com amianto e em mau estado", apontando que há pisos degradados e paredes rachadas, infiltrações, entre outros aspetos.

"Não podemos aceitar que haja alunos de primeira e alunos de quinta categoria", lê-se na carta.

Confrontado com estas críticas, o presidente da câmara de Valongo disse, aos jornalistas e à margem da visita do ministro da Educação, que os 315 mil euros remanescentes da obra não podiam ser usados nesta escola.

"Explicaram-nos que ou usávamos a verba que sobrava em outra escola ou ia para a reprogramação dos fundos. O que diriam as pessoas se o presidente da câmara decidisse abdicar de 315 mil euros?", questionou o autarca.

Sobre o uso da verba, José Manuel Ribeiro confirmou que será para a Secundária de Valongo, apontando que "o concurso para a troca de cobertura já foi lançado e pedindo compreensão a todos os agentes educativos do concelho para estas opções", uma vez que, disse, "chove na escola".

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