Nuclear/Irão: EUA avisam sobre possíveis sanções a empresas europeias

O conselheiro de Segurança Nacional norte-americano, John Bolton, advertiu hoje ser "possível" que sejam aplicadas sanções a empresas europeias que mantenham operações comerciais no Irão, após a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear internacional com Teerão.

"Penso que os europeus verão que é do seu interesse finalmente juntarem-se a isto", afirmou Bolton, em declarações à estação televisiva CNN.

Inquirido sobre se, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter ordenado a reimposição de sanções ao Irão com o abandono do acordo sobre o programa nuclear, isso significa que as empresas dos parceiros europeus que continuarem a manter relações comerciais com Teerão poderão ser alvo de sanções, o ex-embaixador dos EUA nas Nações Unidas admitiu que "é possível".

"Depende da conduta de outros Governos", acrescentou Bolton.

Do mesmo modo, ainda que com um pouco mais de diplomacia, falou o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, ao assegurar que a retirada de Washington do acordo assinado em 2015 em conjunto com França, China, Reino Unido, Alemanha e Rússia com o Irão "não teve como objetivo atingir os europeus".

Mas, sublinhou, "as sanções impostas são muito claras".

Em simultâneo, Pompeo disse numa entrevista à estação televisiva Fox que a ideia é obter, com os parceiros europeus, um novo acordo que "realmente funcione" e que trabalhará arduamente "nos próximos dias e semanas" para alcançá-lo.

Os parceiros da União Europeia (UE) criticaram a saída de Washington do pacto nuclear com Teerão, alertando para as suas possíveis consequências e expressaram o compromisso de nele se manterem.

O acordo, assinado pelo antecessor de Trump, Barack Obama, travava o programa nuclear iraniano e submetia-o a inspeções periódicas de especialistas internacionais em troca do levantamento das sanções económicas impostas a Teerão.

O Departamento do Tesouro norte-americano deu um prazo de entre 90 e 180 dias para que as empresas estrangeiras com operações no Irão aí cessem as suas atividades em setores fundamentais, como o energético, se não quiserem ser alvo de sanções económicas.

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