Lituânia acusa Rússia de deslocar mísseis para enclave de Kaliningrado

A Lituânia acusou hoje a Rússia de deslocar mísseis capazes de transportar ogivas nucleares para o enclave de Kaliningrado, território fronteiriço com as nações lituana e polaca, ambos membros da NATO.
Publicado a
Atualizado a

A Presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, referiu que em 2016 a Rússia enviou para o enclave mísseis Iskander apenas para a realização de exercícios militares, mas desta vez os dispositivos foram colocados com vista a "uma presença permanente".

Dalia Grybauskaite advertiu para o perigo que representa para "a maioria" das capitais europeias um enclave fortemente militarizado, com mísseis com capacidade nuclear.

A Lituânia considerou que a colocação permanente dos Iskander no enclave causa tensão na região, aventando que Moscovo agiu "provavelmente como resposta às medidas tomadas pela NATO".

No ano passado, a NATO colocou quatro batalhões multinacionais na Polónia e nos países bálticos, numa medida de prevenção, enquanto o exército norte-americano enviou uma bateria de defesa antimísseis Patriot para os exercícios na Lituânia.

Em julho, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, aventou a possibilidade de instalar o sistema Patriot na Estónia, vizinho da Lituânia, a norte.

Os países bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia) manifestaram a esperança, numa cimeira em Bruxelas, em julho, que a NATO aprove o reforço das capacidades de defesa área suplementares para a região.

Os Estados Unidos estão em vias de negociar a venda do sistema Patriot à Polónia, o que poderá também não agradar à Rússia.

Patriot é um sistema de defesa aérea móvel projetado para chegar a todas as aeronaves, mísseis de cruzeiro ou mísseis balísticos.

Os serviços de informação lituanos apuraram ainda que a Rússia tem capacidade para desencadear um ataque contra os Estados do Báltico de 24 a 48 horas após a decisão.

A Lituânia restabeleceu o serviço militar obrigatório limitado e aumentou o orçamento militar no ano passado, numa reação à anexação da Crimeia pela Rússia, em março de 2014, e a NATO deslocou cerca de mil soldados para cada um dos países do Báltico.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt