Esta decisão ucraniana poderá originar um novo foco de tensão no prolongado conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que se iniciou em 2014 com a "revolta de Maidan" e a queda do governo de Viktor Yanukovych, a anexação da península da Crimeia pela Rússia e que se agravou em 25 de novembro com o incidente marítimo no estreito de Kerch, quando forças navais russas dispararam em direção às embarcações ucranianas e prenderam a sua tripulação. .A Ucrânia decretou de seguida a "lei marcial" por 30 dias, uma medida que Kiev prescindiu de adotar na sequência da anexação da Crimeia e do conflito no leste do país entre forças ucranianas e os separatistas apoiados pela Rússia. .No âmbito da lei marcial, a Ucrânia deslocou forças militares para a fronteira com a Rússia e convocou reservistas para exercícios de treino..Em Moscovo, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, insistiu que os marinheiros ucranianos capturados ao largo da Crimeia violaram a lei e serão julgados.."Violaram o direito internacional e as leis russas ao irromperem ilegalmente nas águas territoriais russas", declarou Lavrov durante uma conferência de imprensa em Milão. ."É um crime que é considerado como tal em qualquer país", sublinhou. .Os marinheiros foram colocados em detenção provisória na Crimeia e depois transferidos para Moscovo. Segundo o seu advogado, arriscam seis anos de prisão. .Em paralelo, o Pentágono anunciou ter efetuado um voo de observação sobre a Ucrânia para reafirmar o apoio dos Estados Unidos a este país na sequência do recente agravamento das tensões com a Rússia.