Reitor da U. Porto diz que tem "faltado sensibilidade" aos governos para Ensino Superior

O reitor da Universidade do Porto disse hoje que tem "faltado sensibilidade" aos decisores políticos para atender às necessidades do ensino superior e alerta que é urgente clarificar o modelo de financiamento para o ensino superior.
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"É fundamental clarificar o modelo de financiamento para o ensino superior. É crucial dar estabilidade, confiança e capacidade de previsão às universidades em matéria de financiamento, para que estas possam definir as suas estratégias em função dos recursos disponíveis", declarou António Sousa Pereira, referindo que tem "faltado sensibilidade aos decisores políticos para atender às necessidades do ensino superior.

Num discurso de cerca de 10 minutos por ocasião do 108.º aniversário da Universidade do Porto, o reitor da U.Porto afirmou que "a redução das propinas" e "a regularização dos precários da Função Pública (PREVPAP)", bem como a "integração dos bolseiros acarretam significativos encargos financeiros para as universidades", e sem a "devida compensação pelo Orçamento do Estado.

"Esta situação configura uma violação do acordo assinado entre o Governo e as universidades para manter inalterado, até 2020, o valor do financiamento ao ensino superior" e "acresce que o Estado continua a não cumprir os compromissos assumidos com as universidades que adotaram o modelo fundacional, designadamente no que se refere às contrapartidas financeiras", acrescentou o reitor.

Segundo António Sousa Pereira, importa "reforçar" os níveis de financiamento do ensino superior, "otimizar" os modelos de governação das instituições e prosseguir com a simplificação administrativa, designadamente com as candidaturas a fundos europeus.

A Lusa noticiou na passada quinta-feira, dia 21, que a Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) apelou ao reitor da U.Porto para anular o chumbo que deu à maioria dos investigadores científicos precários que pediram integração no Programa de Regularização dos Precários (PREVPAP).

Dados da ABIC indicam que a maioria dos cerca de 600 trabalhadores da Universidade do Porto -- 400 deles investigadores científicos e professores convidados - que pediram integração no Programa de Regularização Extraordinária dos vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP) não foram admitidos para o PREVPAP.

O sacrifício pessoal, resiliência durante décadas, sentimentos de impotência sobre as políticas para a investigação científica e a emigração são algumas das armas usadas pelos investigadores e professores da U.Porto para combater a precariedade, explicaram à Lusa vários investigadores que viram chumbados os requerimentos ao PREVPAP.

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