O ativista índio Ailton Krenak considerou hoje, em Lisboa, que a perspetiva de futuro do atual Governo brasileiro, liderado por Jair Bolsonaro, "é curta" porque os seus membros "não têm governança".. Na opinião de ativista, que está em Lisboa para a mostra Amaríndia, na Gulbenkian, o Presidente Bolsonaro é "uma ameaça para todo o mundo" e para os índios também, mas face ao contexto atual e não numa perspetiva de futuro. ."É muito mais pelo contexto imediato que estamos vivendo desde a eleição até agora do que por uma perspetiva de futuro. Porque a perspetiva de futuro desse governo é muito curta.(...) porque eles não têm governança", afirmou em entrevista à Lusa..Na sua opinião, o executivo de Bolsonaro não está a governar o Brasil.."Eles não estão governando o Brasil, não têm governança, não têm nada. Eles acabaram com as políticas públicas, não sabem o que fazer com a educação, não sabem o que fazer com o meio ambiente, fazem uma confusão enorme sobre termos. Acho que eles pensaram que governar o país era tomar o governo. Agora, vão ter de mostrar o que é que eles sabem fazer", afimou em entrevista à Lusa em Lisboa..Em termos de política externa, avança, "eles estão desmanchando a política internacional do Brasil".."Eles estão querendo transfigurar a política externa do Brasil em função de uma relação imeadiata desse governo provisório com o mundo. Eles não têm cultura para isso, não. Eles vão ter de estudar", considerou..Ailton reforçou que "do ponto de vista legal e constitucional, o mandato dele [Jair Bolsonaro] deve durar os quatros anos para que ele foi eleito", mas isto "se ele respeitar a Constituição".."Se não respeitar vai ter de ser questionado sobre o mandato dele", disse..Já sobre as falhas de governações anteriores do Partido dos Trabalhadores, que terão levado o povo brasileiro a optar pelo candidato da extrema-direita nas últimas eleições presidenciais, Ailton Krenak limita-se a afirmar: "A política é assim mesmo, é como as nuvens. Tem hora que estão tapando o sol, tem hora que estão tapando o céu"..E conclui: "Todos os países do mundo sofrem, de vez em quando, uma espécie de colapso".