Pedida investigação às mortes de ativistas brasileiros

O escritório para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) defendeu uma "investigação completa" ao assassinato da líder Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) do Brasil.
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"O ACNUDH expressa condolências aos familiares das vítimas e insta as autoridades brasileiras a conduzir uma investigação completa, independente e imparcial sobre esses assassinatos, que leve a responsabilização dos autores do crime", declarou o organismo das Nações Unidas num comunicado divulgado na sua página na internet.

A líder do Movimento dos Atingidos por Barragens, Dilma Ferreira Silva, o seu marido e uma terceira pessoa foram assassinados a tir, na sexta-feira, num acampamento no Estado brasileiro do Pará, denunciaram várias organizações sociais.

O ACNUDH salientou que "o Estado brasileiro tem a responsabilidade de garantir a proteção integral das pessoas defensoras de direitos humanos no país para que possam cumprir com o seu papel fundamental na sociedade, especialmente na defesa dos direitos das populações mais vulneráveis".

Dilma Ferreira Silva, coordenadora do MAB, o seu marido, Caludinor Costa da Silva, e um homem identificado como Hilton Lopes foram baleados numa área rural a 60 quilómetros da cidade de Tucuruí, na Amazónia, por razões ainda desconhecidas.

O MAB exigiu em comunicado a "investigação rápida do crime" e a implementação de "medidas de segurança para os atingidos por barragens em todo o Brasil", país que em janeiro passado testemunhou uma das piores tragédias mineiras do mundo, após a rutura de uma barragem em Brumadinho, no Estado de Minas Gerais.

Um mar de lama arrasou, em segundos, as casas adjacentes à barragem e parte das instalações da Vale, a maior produtora e exportadora mundial de ferro, provocando 209 mortos e 97 desaparecidos.

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