"O partido político FARC solicitará de forma imediata a intervenção política da comunidade internacional e do Conselho de Segurança das Nações Unidas (...) para evitar que a paz construída com tantos esforços seja destroçada", referiu a organização em comunicado. .A Força Alternativa Revolucionário do Comum (FARC) assinalou que o pedido surge "em conformidade com os mecanismos previstos no acordo de paz" e que também vai recorrer ao Tribunal Penal Internacional (TPI). ."Também solicitámos que o Tribunal Penal Internacional o reforço dos seus mecanismos de observação e intervenção na Colômbia", afirmou o partido FARC, nascido do acordo de paz assinado pela antiga guerrilha com o Governo colombiano do então presidente Juan Manuel Santos em 2016 para terminar com mais de meio século de conflito armado. .O atual Presidente Ivan Duque (direita) anunciou que vai rejeitar parcialmente a Lei Estatutária da Justiça Especial para a Paz (JEP), aprovada pelo Congresso colombiano em 2017 e confirmada pelo Tribunal Constitucional, apenas faltando a sanção presidencial..No entanto, Duque anunciou no domingo que rejeita seis dos seus 159 artigos, e disse que vai apresentar no parlamento uma reforma constitucional para promover alterações no texto. ."As seis objeções presidenciais à Lei Estatutária são objeções políticas que carecem totalmente de base jurídica. Isso é tão evidente que todas elas foram desmentidas pelo Tribunal Constitucional", acrescentou o partido FARC..O Presidente justificou as objeções após analisar a lei em questão e ter concluído que não garante a aplicação dos princípios da verdade, justiça, reparação e não repetição, que estão incluídos no acordo assinado. .A FARC atribui a decisão de Duque ao ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), o mentor político do atual chefe de Estado, e ao procurador-geral Néstor Humberto Martínez, ambos críticos do acordo de paz, e a Agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA). ."Que a Colômbia saiba que estas objeções não são em defesa das vítimas, que nunca foram indemnizadas pelo Estado salvo escassas exceções, e que nunca foram a preocupação nem do Centro Democrático [o partido de Duque] nem de Álvaro Uribe", acrescentou. .Esta petição junta-se às preocupações hoje manifestadas face à decisão de Duque por ex-negociadores de paz, políticos, académicos, jornalistas e membros da sociedade civil em geral, e dirigidas ao secretário-geral da ONU António Guterres. ."Exprimimos a nossa profunda preocupação pelas tentativas de prejudicar gravemente a implementação do acordo, a estrutura e o funcionamento da JEP, assim como o sistema desenhado para honrar os direitos das vítimas", afirmam na carta dirigida a Guterres.