"O IACOBUS está a ter bastante êxito pela Europa fora. Já fomos contactados, em diversas ocasiões, por outras regiões que querem implementar projetos semelhantes. A região mais exótica, por exemplo, foi a Finlândia e Suécia", afirmou Xosé Lago, diretor do Agrupamento de Cooperação Territorial Galiza-Norte de Portugal (GNP-AECT)..Em declarações à Lusa, Xosé Lago sublinha que o programa é hoje tido como exemplo de sucesso a replicar, por exemplo, no contexto das macrorregiões.."A macrorregião do Sudoeste Europeu - RESOE também está a tentar replicar uma coisa semelhante, assim como o CRUP - Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas. A ideia está a ter bastante êxito", afirmou, acrescentando que também a Associação das Regiões Fronteiriças Europeias (ARFE) manifestou interesse em replicar o programa. .Financiado pelo programa INTERREG V-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2014-2020, o IACOBUS destina-se a docentes, investigadores, técnicos e pessoal administrativo das instituições de ensino superior e centros tecnológicos da eurorregião Galiza-Norte de Portugal..Desde que arrancou, em 2014, o programa aprovou, nas seis convocatórias, 798 projetos, num total de 1.475 candidatos, com um financiamento superior a 870 mil euros..Na mais recente convocatória, que arrancou com 159 beneficiários, 58 provenientes da região Norte e 101 da Galiza, o apoio, lembrou o diretor do agrupamento, foi alargado aos 22 centros tecnológicos da eurorregião, por forma a garantir que "o conhecimento adquirido nas universidades, não estanque antes de chegar à sociedade civil"..Além disso, foi criada uma nova linha de apoio às publicações científicas, que selecionou 34 das 37 publicações que se candidataram.."O que queremos para este ano de 2019 é consolidar as modificações que introduzimos no ano passado, dar a conhecer mais os 22 novos destinos e consolidar também a linhas das publicações científicas", afirmou Xosé Lago..Por outro lado, salientou, o agrupamento irá trabalhar na perspetiva de alargar o âmbito do IACOBUS, aproximando-o ainda mais das empresas, nomeadamente dos 'clusters' empresariais..No que respeita ao âmbito geográfico do programa, o diretor do agrupamento referiu que, neste momento, o foco se mantém na consolidação das alterações introduzidas na sexta convocatória, apesar de admitir estar "aberto" a novos alargamentos, por exemplo, no contexto macrorregião do Sudoeste Europeu - RESOE, que inclui as regiões portuguesas do Norte e Centro e as espanholas da Galiza, Castela e Leão e Astúrias e Cantábria..Sara Mota, assistente convidada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico do Porto, foi uma das beneficiárias do IACOBUS na convocatória de 2018/2019, para a qual se candidatou com o projeto "Comparação entre a Logística do Hospital@Home na Euro-Região"..O projeto, desenvolvido em colaboração com a Universidade da Corunha, onde a docente fez o intercâmbio, procurou identificar lacunas e dificuldades na implementação de programas de internamento domiciliário, no sentido de encontrar soluções "tecnológicas" para melhor acompanhar os doentes, nomeadamente no respeita à monitorização dos pacientes.."Tem de haver alertas para que, a todo o momento, os profissionais de saúde saibam o que se passa com o doente e possam corrigir eventuais descompensações", explicou, sublinhando que a "telemonitorização" é um elemento fulcral para o sucesso ou insucesso destes projetos..De acordo com Sara Mota, o internamento domiciliário é também instrumental na redução de infeções hospitalares, pelo que um dos objetivos deste projeto é tentar junto da indústria desenvolver soluções tecnológicas que possam resolver os problemas de "distanciamento físico" entre doentes internados em ambiente familiar e os profissionais de saúde..Neste sentido, o IACOBUS funcionou como uma ponte para a troca de estratégias, o que também para o investigador galego José Seara constitui um ativo importante no contexto da eurorregião Galiza-Norte de Portugal..O investigador da Universidade da Minho, que fez um intercâmbio com a Universidade de Vigo, explicou que o objetivo deste projeto é o desenvolvimento de processos biotecnológicos que ajudem a obter produtos de valor acrescentado, através da utilização de métodos de baixo impacto ambiental..Neste caso, referiu, o projeto de aproveitamento biotecnológico de resíduos agroalimentares foca-se nas indústrias do vinho e do azeite, que geram uma grande quantidade de resíduos com uma aplicação ainda deficitária.. "Por exemplo, de toda a azeitona processada, quase 85% transforma-se em resíduo e até ao dia de hoje a única aplicação que está a ser dada é na queima para caldeiras, para a produção de calor", disse. .Através da produção destes produtos de valor acrescentado, como enzimas e compostos antioxidantes, procura-se contribuir para resolver os problemas da indústria agroalimentar.