Leiria pretende devolver o rio à cidade e requalificar Lagoa da Ervedeira

O Município de Leiria anunciou hoje que pretende devolver o rio à cidade e apostar na requalificação da frente ribeirinha, assim como da Lagoa da Ervedeira, que sofreu com os incêndios de outubro de 2017.
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"Temos um património natural, que é o nosso rio, a nossa rede de linhas de água, e propusemos fazer uma caracterização do estado das linhas de água de todo o concelho, que será o projeto base de limpeza e reabilitação do rio Lis e da valorização da frente ribeirinha em Leiria", disse a vereadora do Ambiente, Ana Monteiro.

Durante a apresentação do plano de atividades ambientais do concelho, Ana Monteiro salientou que Leiria tem "um diamante" [rio] para o qual a cidade "está de costas voltadas".

O objetivo é utilizar a "engenharia natural para devolver o rio à cidade", contando para isso com a "participação pública".

Segundo explicou, a frente ribeirinha são os "seis quilómetros, em cada margem, da frente urbana de Leiria". O objetivo é o de que "as pessoas ao caminharem no percurso Polis pudessem usufruir do rio" ou "passear em gaivotas, como já foi possível".

Este projeto, que a autarca pretende que avance até ao final de 2018, deverá passar pela caracterização geral e levantamento dos principais problemas, nomeadamente de limpeza, obstruções e presença de espécies vegetais invasoras na rede hidrográfica de Leiria".

Ana Monteiro revelou ainda que "todos falam do Pinhal de Leiria", mas é preciso não "deixar desprotegida a Lagoa da Ervedeira".

"Já que sofremos com os incêndios, vamos aproveitar a candidatura ao programa Valorizar para requalificar, repondo as estruturas que arderam, mas melhorando e tornando um local onde as pessoas gostem de ir", frisou.

Recordando que é preciso reflorestar, a autarca disse que se pode "aproveitar esta onda de solidariedade para fazer algo em torno do ambiente", mas "de forma sustentada e pensada, em articulação com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e com a participação ativa da população".

Ana Monteiro revelou ainda que o Município de Leiria vai criar uma "frota mais amiga do ambiente", adquirindo viaturas de recolha do lixo movidas a gás.

Para poder responder às queixas de que os serviços de recolha não passaram no local, a autarquia vai introduzir um sistema de controlo GPS para "maior fiscalização da prestação dos serviços".

Será ainda realizada a monitorização em tempo real da capacidade de enchimento de contentores subterrâneos, oleões e contentores de superfície.

Leiria é a "cidade piloto" do UrbanWINS, um projeto que tem a duração de três anos e que pretende desenvolver e analisar planos estratégicos ecoinovadores de prevenção e gestão de resíduos.

"Será um projeto ligado à economia circular de resíduos. A ideia é ver os municípios como se fossem um organismo em que consome recursos e gera resíduos e ver que estratégia é que vamos adotar para o Município ser mais amigo do ambiente", acrescentou.

Estão ainda previstas diversas atividades ao longo do ano que envolvem a participação da população, nomeadamente os mais novos.

Uma das ações é o desafio "Queres ser agente CIA [Centro de Interpretação Ambiental]?", um passaporte que vai registar as várias atividades em que participam, num mínimo de dez.

Colóquios, seminários, palestras, 'workshops', formações, passeios e observação das aves também fazem parte do plano de atividades.

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