Um dos contratos é de 3,4 milhões de euros para cinco anos e visa passar dos atuais 35,7% para 22,8% a água não faturada em nove concelhos do distrito de Aveiro: Ovar, Murtosa, Estarreja, Ílhavo, Vagos, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga, Oliveira do Bairro e Águeda..O segundo procedimento é de 2,5 milhões, também para execução em cinco anos, e pretende diminuir as perdas de água no concelho da Maia, reduzindo dos atuais 32,7% para 12,9%, o que implicará o levantamento cadastral das redes e a implementação de um sistema de informação geográfica..E comunicado, a Indaqua diz que ambos os contratos são "de performance" e adotam um modelo "inovador" porque, embora envolvendo como habitualmente o projeto e as construções necessárias ao "zonamento de redes, controlo de pressões e substituição de contadores", estipulam "o pagamento de uma parcela substancial do valor contratual apenas em função das poupanças geradas pelo desempenho conseguido"..A empresa realça que está assim em causa "um modelo contratual em que parte da remuneração provém das poupanças geradas pelos clientes - algo que acontece, nesta área, pela primeira vez na contratação pública em Portugal"..Para demonstrar quanto as perdas de água se revelam um desperdício de recursos ambientais e financeiros, a Indaqua traça um paralelo entre o seu desempenho nos outros concelhos onde é concessionária - Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Fafe, Matosinhos, Santo Tirso, Trofa e Vila do Conde - e a prestação da generalidade dos gestores de redes de água no país.."Pelo quarto ano consecutivo, a Indaqua fechou o ano de 2018 com uma redução do índice de perdas - menos 14% - que contraria a tendência nacional das 256 entidades gestoras, que registaram um índice de 30%", explica..Daí resulta que, "se o país, no seu conjunto, tivesse o mesmo nível de desempenho dos municípios concessionados à Indaqua, só em 2018 não teriam sido perdidos 157 milhões de metros cúbicos de água - o suficiente para abastecer todo o país por mais de três meses"..Enrique Castiblanques, diretor-geral do grupo Indaqua, defende, por isso, que "os contratos baseados em performance com garantia de poupança são a resposta adequada à 'problemática das perdas de água em Portugal" e acredita "que venham a surgir mais concursos públicos que promovam este modelo contratual"..Esse formato é inspirado no adotado pelas empresas do setor energético, já foi testado em vários contratos internacionais desenvolvidos pelo grupo Miya (que é acionista da Indaqua) e "limita fortemente o risco do operador que contrata apoio técnico e investimento" para reduzir perdas de água - como as que resultam, por exemplo, de fugas na rede e do saneamento de afluências indevidas, como o das águas pluviais que se infiltram no sistema..Quanto à repercussão destes contratos no tarifário do consumidor final, a Indaqua diz que será "nenhuma".