Além de juntar 44 artistas, um número simbólico face ao facto de a Revolução dos Cravos estar a comemorar 44 aniversários, a mostra é uma das etapas de um objetivo maior: "o de construir em Gaia, mas com polos espalhados pelo país, um Museu de Causas", disse à agência Lusa o promotor da ideia, o pintor e jornalista Agostinho Santos.."Pretendemos sensibilizar os artistas a abordarem temas sociais. Acredito que através de um museu e de um programa expositivo se consiga pôr a sociedade a pensar, olhando para a arte como uma arma de reflexão e não como mero elemento decorativo", disse o artista.,.Agostinho Santos teve a ideia de constituir um Museu de Causas, que diz ser "inédito no país e na Europa" em 2015, quando apresentou a tese "Paleta Contemporânea - Museu de Causas", no âmbito do doutoramento em Museologia que frequentou na Faculdade de Letras e Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto..Entretanto, o projeto já se traduziu num livro e na quarta-feira, no feriado do 25 de Abril, às 17:30, é inaugurada uma exposição demonstrativa do que virá a ser o Museu de Causas..A mostra, que ficará patente até 20 de maio, conta com 70 obras e o ato inaugural terá uma conferência do professor Armando Coelho que foi orientador da tese de Agostinho Santos.."A ideia é que o Museu de Causas seja edificado em Gaia, mas pretende-se abranger as Áreas Metropolitanas do Porto e Lisboa, onde infelizmente residem as maiores carências sociais. Já estou a fazer diligências no sentido de abrir um importantíssimo polo em Lisboa", disse à Lusa Agostinho Santos, sem, no entanto, revelar para já datas nem prazos..Quanto à escolha de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, para a sede, o artista que é também diretor da Bienal Internacional de Arte de Gaia e coordenador do projeto Onda Bienal, explicou que este é o seu concelho natal e que tem encontrado "muito interesse pelo projeto por parte do atual executivo"..Agostinho Santos quer que o Museu de Causas "agite a sociedade, os artistas e o público", levando-os a refletir sobre temas como a guerra, a paz, a fome, o desemprego e a corrupção, entre outros. .O projeto será constituído por duas coleções, a de Agostinho Santos, e uma segunda com vários artistas, totalizando, "para já, 6.500 obras de mais de 300 autores"..Em causa estão trabalhos em forma de desenho, escultura, pintura, vídeo e fotografia, "todas as expressões artísticas", como descreveu o promotor, frisando que se trata de um museu de arte contemporânea.