"Julgo que há espaço para se criar um Museu Militar do Porto com mais substância e mais dignidade porque, neste momento, o atual não se pode expandir mais, nem mostrar todo o seu acervo museológico", referiu, à margem da apresentação do programa da evocação dos 220 anos do nascimento de D.Pedro IV (1789-2018), no Quartel de Santo Ovídio, no Porto. .O objetivo é criar um espaço "completamente moderno" em instalações maiores, algo que "enriqueceria fortemente" a cidade, referiu Frederico Rovisco Duarte. .A deslocalização do espaço museológico enriqueceria a sua vertente expositiva e reforçaria a sua inserção nos roteiros turísticos do Porto, frisou. .Defendendo um museu "mais interessante, vivo, participativo, aberto e moderno", o chefe do Estado-Maior adiantou já ter apresentado a ideia à tutela que se mostrou recetiva. ."A ideia está apresentada, pelo que aguarda desenvolvimentos, sabemos que é uma ideia acarinhada, mas também um projeto difícil e delicado", vincou. .Lembrando que a ideia precisa de "maturação", Frederico Rovisco Duarte recordou que esta deslocalização implica um "grande investimento" e obriga à mobilização de muitas entidades, sendo um processo demorado. ."Ainda não passamos do lançamento de ideias, estamos nessa fase, mas esperamos que venha a dar frutos", salientou. .O Quartel de São Brás, no centro da cidade, funcionou como Casa de Reclusão Militar entre 1963 e 1993, ano em que foi desativado. A Câmara Municipal do Porto tentou, ao longo dos anos, negociar a transferência da posse do edifício para o município, mas nunca conseguiu. .O programa da evocação dos 220 anos do nascimento de D.Pedro IV (1789-2018), a cargo da Rota Liberal, compreende quatro momentos, tendo o primeiro dele ocorrido hoje com uma sessão inaugural. .O segundo ato compreende uma visita às sedes das entidades parceiras e um concerto evocativo com a Banda do Exército -- Destacamento do Porto a 07 de julho, o terceiro momento acontecerá a 24 de setembro, na Igreja da Lapa, com as exéquias em memória de D.Pedro IV e, o último, implicará a realização de um colóquio entre 12 e 13 de outubro. .Esta evocação, a partir de três eixos estratégicos de abordagem, nomeadamente a defesa nacional e a segurança, a educação para a paz contra a violência e a cidadania tem por objetivo repensar os valores do liberalismo através de uma "personagem marcante" da história de Portugal e do Brasil. .Outro dos propósitos destas atividades passa pela criação de sinergias de intercâmbio de conhecimentos e saberes, tal como abordar os ideais de humanismo e liberalismo numa lógica de multidisciplinaridade e transversalidade.