No quadro do 'pacote de inverno' do 'semestre europeu' de coordenação de políticas económicas, o executivo comunitário publicou hoje relatórios com a sua análise anual à situação económica e social e principais desafios em cada Estado-membro, bem como a análise aprofundada aos mesmos 12 Estados-membros nos quais foram identificados desequilíbrios macroeconómicos no ciclo anterior, concluindo que, entre estes, apenas a Eslovénia já equilibrou as suas contas públicas, enquanto Portugal, Bulgária e França saíram do patamar de "desequilíbrios económicos excessivos". .Apontando que os 11 países ainda com desequilíbrios continuarão sujeitos a uma monitorização específica -- o que implica um diálogo reforçado com as autoridades nacionais, missões técnicas e relatórios de seguimento -, Bruxelas divide-os em dois grupos, considerando que Alemanha, Bulgária, Espanha, França, Holanda, Irlanda, Portugal e Suécia apresentam "desequilíbrios económicos", enquanto Chipre, Croácia e Itália registam "desequilíbrios económicos excessivos"..A Portugal e Bulgária, que registaram um desagravamento da sua condição, passando de "desequilíbrios económicos excessivos" a "desequilíbrios económicos", assim como a França, a Comissão Europeia sublinha a necessidade de prosseguir esforços complementares com vista a uma "correção sustentável dos desequilíbrios", pedindo a Lisboa que apresente em abril um Programa Nacional de Reformas "ambicioso"..O executivo comunitário não identifica, todavia, qualquer país com o grau mais grave de "desequilíbrios excessivos com ação corretiva"..No cômputo geral, Bruxelas sublinha que a análise aos 27 Estados-membros -- a Grécia está excluída deste exercício dado estar sob programa de assistência -- permite concluir que a economia está "a crescer robustamente", com as perspetivas económicas otimistas a coincidirem com as melhorias no mercado laboral e na situação social.."Isto reflete as reformas empreendidas pelos Estados-Membros em anos recentes e proporciona uma janela de oportunidade para um aprofundamento da resiliência das economias e das sociedades comunitárias", destaca a nota comunitária..Pelo lado negativo, o executivo comunitário nota que a recuperação económica não está a beneficiar igualmente os cidadãos no âmbito social e que as debilidades estruturais estão a atrasar o crescimento em alguns Estados-Membros e, consequentemente, a convergência com o crescimento da UE, e recomenda que os países comunitários aproveitem este momento para fortalecer as fundações das suas economias. .A comunicação de hoje da Comissão Europeia ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Banco Central Europeu e ao Eurogrupo, divulgada no final da reunião do colégio de comissários, alerta para os riscos remanescentes da crise, salientando as elevadas dívidas públicas existentes em alguns Estados-Membros, o desemprego jovem e de longa duração, o rendimento familiar abaixo do nível pré-crise e o aumento do risco de pobreza e exclusão social.