Desenho gigante no areal de Vila do Conde alerta para a poluição de plástico no mar

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A Quercus realizou hoje, na praia de Mindelo, em Vila do Conde, uma ação de sensibilização para a necessidade de redução da poluição de plástico no mar, usando um desenho de grandes dimensões no areal para promover a causa.

A iniciativa está inserida num movimento a nível europeu, que envolve mais cinco países: Holanda, Reino Unido, França, Espanha e Alemanha, onde se realizaram ações semelhantes, e com o desafio de tentar reduzir em 40 dias a utilização de artigos em plástico.

"Foram selecionadas várias praias a nível europeu, e também aqui em Portugal quisemos, através da arte, alertar a população para este problema. Acaba por ser uma mensagem que é devolvida pelo mar para as pessoas", explicou à Lusa Carmen Lima, Coordenadora da Área de resíduos da Quercus.

O desenho que foi traçado nos areais da praia de Mindelo retrata uma baleia presa no interior de uma garrafa de plástico e segundo a responsável da Quercus pretende passar a mensagem: "ajudem-nos a libertar o plástico do mar".

O trabalho foi executado por um artista francês, especialista em construções na areia, que descobriu na praia do concelho vila-condense o local ideal para dar azo à sua criatividade.

"Ontem estava a dar uma volta e parei neste local. Vi a paisagem e as rochas e achei que tinha de ser aqui. Foi muito inspirador. Espero que chegue às pessoas, até porque acredito que há, cada vez mais, consciência deste problema da poluição de plástico do mar", explicou o criador, que se dá a conhecer como J. Bem.

O artista francês, que já no seu país tinha feito um trabalho semelhante, considerou que "era preciso transmitir uma mensagem forte", apontando que retratar uma baleia enclausurada numa garra de plástico "poderá sensibilizar as pessoas".

Os resultados finais desta campanha conjunta, a nível europeu, serão em breve dados a conhecer, mas Carmen Lima, da Quercus, considera que ainda há um caminho a percorrer, sobretudo no âmbito da pedagogia e legislação.

"Para reduzir a quantidade de plástico descartável, temos de mudar os nosso hábitos de consumo. Já começou a ser feito com a taxa imposta aos sacos de plástico, mas ainda não é suficiente. Temos de continuar a sensibilizar as pessoas para depositarem esses resíduos nos ecopontos amarelos e não deixá-los nas praias nem nas matas", apelou a ativista.

A Quercus espera que a nível do Governo, e também na Assembleia da República, se possam tomar mais medidas para combater o problema.

"Aguardamos pela legislação do uso de objetos de plástico descartável no setor da restauração e também que se avalie a oferta de sacos de plástico em alguns canais da compras online. Esperamos que sejam assuntos que não fiquem na gaveta", relembrou Carmem Lima.

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