Em causa, e na base da participação na prova "sob protesto, está um diferendo entre vários regulamentos da Federação de Triatlo de Portugal, partindo do Regulamento Geral de Competições (RGC), que estabelece a elegibilidade para pontuar de cada equipa "desde que apresentem no mínimo três atletas em prova" na prova masculina..Por seu lado, o regulamento específico da primeira etapa, disputada no passado sábado em Portimão, estabelece que "a pontuação coletiva obedecia ao somatório dos tempos dos quatro atletas mais rápidos em masculinos"..O clube participou com três atletas, Alexandre Nobre (segundo classificado), Jacel Krawjvik (sétimo) e Maciej Bruzniak (17.º), o que permitiria um "terceiro lugar", mas acabaram por não ter qualquer classificação no final..A incongruência entre os dois regulamentos motivou vários protestos da Portugal Talentus, tanto na semana anterior à prova como "no próprio dia, ao júri de competição"..No entendimento do clube, "os regulamentos específicos das competições não podem desrespeitar o regulamento geral e o regulamento técnico", mas os alertas que fez nesse sentido "não foram atendidos", o que os levou a participar, desde logo e antes do arranque da prova, sob protesto.."Este caso seguirá para as instâncias adequadas no âmbito dos tribunais", pode ler-se no documento do emblema tricampeão de triatlo..Sobre a estafeta mista, e reforçando a ideia de que a Portugal Talentus "respeita todos os agentes envolvidos, nomeadamente os atletas e os clubes", sendo que chegou a parabenizar quer João Pereira quer o Benfica, o presidente daquele clube, António Nobre, explica à Lusa que o sentimento "é que isto é mau para todos", num processo "mal conduzido e que é um mau exemplo"..O dirigente diz estar "surpreendido e estupefacto" pelas "declarações pouco adequadas" que acabam por "denegrir a própria organização", referindo-se ao que foi dito por fontes federativas sobre a "justiça" da prova..O clube lembra, no comunicado, que deu os parabéns a João Pereira, ao Benfica e ao CN Torres Novas, segundo classificado, e que quis estar "à margem dos problemas" de arbitragem, razão pela qual não apresentaram qualquer protesto..Na segunda-feira, a Federação de Triatlo de Portugal (FTP) anunciou que vai propor alterações ao regulamento técnico para "salvaguardar que o cumprimento desta regra tenha por fim exclusivo salvaguardar o princípio que está na sua génese [otimizar os processos de classificação, arbitragem e segurança, assim como a intencionalidade da infração]"..Antes, fonte da Federação contactada pela Lusa afirmou que "a FTP considera que não houve justiça no resultado, pelo que a mesma entidade procurará soluções para que a realidade desportiva prevaleça"..O Benfica foi a mais rápida entre as 22 equipas, mas foi penalizado com a desclassificação de João Pereira, o último dos elementos da formação lisboeta, que bateu ao 'sprint' Alexandre Nobre (Portugal Talentus), por ter cruzado a meta sem o dorsal de identificação..Com a desclassificação do Benfica, a Portugal Talentus conquistou o título nacional, à frente do CN Torres Novas, segundo classificado, ambos com lugar assegurado na Taça dos Clubes Campeões Europeus de estafetas mistas, a disputar em outubro, em Lisboa, prova que 'encarnados' conquistaram em 2017 e foram terceiros no ano passado. Em terceiro lugar terminou o Olímpico de Oeiras.