"Os inspetores do SEF, sobretudo os que trabalham nos postos mais críticos, estão sem os meios adequados para corresponder ao aumento exponencial de trabalho e de risco, há muitos, muitos anos", disse o presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SCIF/SEF), Acácio Pereira, na abertura da conferência "O SEF e a economia", organizada por esta estrutura sindical..Dirigindo-se à ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, que estava presente na conferência, Acácio Pereira sustentou que a falta de recursos humanos no SEF é "insustentável para todos", designadamente para os passageiros dos aeroportos, especialmente o de Lisboa, para as companhias aéreas, empresas portuárias e aeroportuárias, turismo, autarquias e para os próprios inspetores, que estão sobrecarregados.."A situação a que chegaram as listas de espera de passageiros nos portos e aeroportos portugueses, em especial no maior de todos, o aeroporto de Lisboa, são um atentado à imagem do país e constituem-se hoje num dos maiores entraves ao desenvolvimento de alguns dos mais dinâmicos setores de atividade económica em Portugal", disse.. Segundo Acácio Pereira, o SEF não admitiu "um único inspetor" em 14 anos, ao mesmo tempo que perdeu "um quarto do efetivo" por doença, morte, transferência ou aposentação.."Esta perda líquida de 250 inspetores deu-se num contexto de enorme aumento de riscos ligados a crises de refugiados e às crescentes ameaças do terrorismo internacional", acrescentou, pedindo à ministra uma "política de admissão adequada e coerente"..No final de 2016, 45 novos inspetores terminaram a formação e, atualmente, está a decorrer outro curso também com 45 elementos, tendo estas novas admissões decorrido ao abrigo de um concurso interno. . O presidente do sindicato chamou ainda a atenção da ministra que os equipamentos informáticos e as viaturas estão "a ficar ultrapassados" e que é necessário adequar a lei orgânica do SEF e o seu estatuto de pessoal às funções reais que este serviço atualmente desempenha..Acácio Pereira apelou ainda para a concretização de progressões e promoções, como aconteceu recentemente na PSP e na GNR..No seu discurso, a ministra anunciou uma nova lei orgânica e estatuto profissional para o SEF, considerando que a atual estrutura deste serviço de segurança é "muito pesada" e a gestão de pessoal "absolutamente inflexível".