O grupo de trabalho, com a designação 'Depois da Tragédia a Sociedade Civil chega ao terreno', constituído por investigadores de universidades de vários pontos do país, pelos municípios envolvidos e pelas comunidades locais, pretende definir propostas de intervenção e reconstrução após uma "investigação-ação" nas áreas da Bacia Hidrográfica do Zêzere e municípios circundantes, segundo Aurora Carapinha, uma das mentoras do projeto..Esta equipa é constituída por "técnicos com experiência de trabalho com comunidades" e por "técnicos que recorrem a ferramentas de análise e de construção de soluções inovadoras", disse à Lusa Aurora Carapinha, pretendem adotar medidas capazes de "não só de reconstruir os lugares, como de impedir que estas situações se possam repetir"..A iniciativa, que parte do Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento da Universidade de Évora e do Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, tenciona criar um Laboratório na Paisagem da Bacia Hidrográfica do Zêzere, liderado por arquitetos paisagistas, de acordo com o comunicado emitido pela organização..O projeto-piloto, que parte do município da Sertã e deverá ser estendido "a todos os municípios da Bacia Hidrográfica do Zêzere que apresentam caraterísticas e problemas semelhantes", planeia construir estratégias com "um arco temporal mais amplo e com uma visão territorial abrangente" e conta com "profissionais de diferentes áreas de investigação", acrescenta a investigadora da Universidade de Évora..A plataforma considera "pertinente para a gestão da paisagem" a "ponderação primária da questão da água, recurso que sustenta toda a paisagem que se pretende ecológica, económica e socialmente equilibrada"..O grupo pretende até segunda-feira, 17 de julho, apresentar "um conjunto de medidas a adotar a curto e médio prazo" e também identificar "os principais vetores a ter em conta em trabalhos posteriores, a ponderar em instrumentos legislativos e regulamentares que tenham esta paisagem como destinatária", afirma a mesma fonte..Dois grandes incêndios começaram no dia 17 de junho em Pedrógão Grande e Góis, tendo o primeiro provocado 64 mortos e mais de 200 feridos. Foram extintos uma semana depois..Estes fogos terão afetado aproximadamente 500 habitações, 169 de primeira habitação, 205 de segunda e 117 já devolutas. Quase 50 empresas foram também afetadas, assim como os empregos de 372 pessoas..Os prejuízos diretos dos incêndios ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.