Falta de pessoal motiva protesto na Escola Dr. José Afonso no Seixal
"Os trabalhadores não docentes da Escola Dr. José Afonso vêm a queixar-se há algum tempo pela falta de trabalhadores, sobrecarga de trabalhos e dificuldades acrescidas por esta situação", explicou à Lusa Paula Bravo, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas.
Segundo a responsável, nos últimos anos saíram muitos funcionários e atualmente quatro estão de baixa, levando a que a escola apenas tenha ao serviço 16 trabalhadores, em dois turnos (entre as 08:00 e as 20:00).
O protesto e greve de duas horas decorreu em frente à Dr. José Afonso, tendo registado uma adesão de quase 100% dos trabalhadores não docentes (apenas um não participou por motivos de doença) e com o apoio de "associações de pais, professores e alunos".
De acordo com Paula Bravo, nesta secundária estudam 1293 alunos, dos quais 48 com necessidades educativas especiais, mas neste momento, mas não está a ser possível "prestar um serviço de qualidade nem uma escola pública com qualidade".
"Os auxiliares têm que se dividir pela reprografia, papelaria, bar e não podem sair de lá, está um em cada pavilhão, um em cada setor, mas o que sobra para vigiar a escola, para a segurança?", questionou.
Segundo a sindicalista, alguns serviços, como a biblioteca, chegam mesmo a encerrar ao longo do dia "por não haver recursos suficientes".
Paula Bravo reforçou que este problema é transversal em muitas escolas do país e que a contratação de 2.500 trabalhadores não docentes no ano passado, pelo Ministério da Educação, "é um número extremamente insuficiente" e que não garante que as instituições possam funcionar plenamente.
Por estes motivos, os trabalhadores não docentes decidiram hoje participar na greve da administração pública, marcada para o próximo dia 15 de fevereiro.