Fadista Cláudia Picado lança novo álbum depois de uma "espera teimosa" de 15 anos
O álbum "Reflexos" sucede a "Ausência", publicado em 2004, mas "surge no tempo certo, corresponde a tudo" o que Cláudia Picado idealizou, "gravando o que mais gostava de gravar", disse à Lusa.
"Este é um álbum há muito desejado, que podia ter saído antes, mas que preferi esperar para o gravar com as pessoas certas e com o material com o qual mais me identifico", afirmou a fadista de 34 anos. "Quem espera sempre alcança e acho que alcancei um trabalho de me orgulho e que reflete quem sou".
O álbum chega ao mercado no dia 29, data em que será apresentado na FNAC Chiado, em Lisboa, às 18:30, com a participação de Tozé Brito, que participa na interpretação de um dos temas. No dia seguinte, será apresentado na FNAC Almada, às 18:00, em 31 de março, às 17:00, na FNAC Colombo, em Lisboa.
"Reflexos" é "aquele que é o meu disco, aquele com que me identifico, com os 'reflexos' de todas as minhas escolhas", disse a fadista à Lusa, que destacou o facto de "praticamente todas as letras terem sido feitas propositadamente para o disco".
O CD é constituído por treze canções, em que as exceções são "Fui ao Baile", de Amadeu do Vales e Fernando Carvalho, uma criação de Maria José da Guia, popularizado por Fernanda Baptista, e "A Saudade é Minha", de Carlos Conde (1901-1981), que gravou numa música de Túlio Pereira (1917-1977).
Entre os inéditos, Cláudia Picado pediu ao poeta Mário Rainho para lhe escrever uma letra para a melodia tradicional do Fado Triplicado, de José Marques, tendo gravado "Devagar Coração".
Os autores escolhidos são pessoas que "praticamente, têm acompanhado neste meu percurso", disse a fadista.
António Rocha, Tiago Torres da Silva, João Vinhas, António Laranjeira, Rogério Ferreira, Jorge Fernando, Guilherme Banza, Rui Rocha, Fernando Silva e Tozé Brito, com quem partilha a interpretação do tema "Café dos Teus olhos", são alguns dos autores que Cláudia Picado canta.
Entre outros fados, de António Rocha, gravou "Remar Contra a Maré", no Fado Marana, de Armando Machado, e ainda "Amor, tem Calma", gravado numa música de José Fontes Rocha; de Jorge Fernando, gravou "Mágoa que Magoa", que interpreta no Fado Zé Negro, de José Marques, e "Fragilidade", musicado por Guilherme Banza, que musicou também, "Quando me Chamas Mulher", uma letra de Torres da Silva.
Da dupla António Laranjeira/Rogério Ferreira gravou dois temas, "Trazes Amor à Minha Vida" e "Não Penses".
"Tentei reunir neste disco tudo aquilo que queria", disse a intérprete, que preparava este álbum há três anos, entre várias atuações no estrangeiro.
Em novembro último, Cláudia Picado representou Portugal no Festival Internacional de Rondalla, nas Filipinas, e em julho participou num projeto musical liderado por Amer Nakhleh, diretor da Beit Almusica, uma organização musical árabe com sede em Shafa'amr, em Israel.