Eurogrupo: PSD saúda eleição de Centeno e salienta "aumento da responsabilidade" para Portugal
"Portugal está agora ainda mais comprometido com as regras europeias, com a disciplina europeia. O Governo português, que já assumia isso como compromisso de Estado, tem agora um compromisso pessoal, não é possível presidir ao Eurogrupo e depois prevaricar dentro de casa", afirmou o deputado do PSD Duarte Pacheco, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
O deputado social-democrata começou por dar uma "palavra de saudação" ao ministro das Finanças português pela eleição de hoje, considerando que, se a presidência do Eurogrupo "não é a mesma coisa que ser presidente da Comissão Europeia ou secretário-geral das Nações Unidas", é um cargo relevante na construção europeia.
Segundo Duarte Pacheco, é também motivo de satisfação para o PSD que "as políticas de rigor e consolidação orçamental não vacilarão e continuarão no rumo traçado desde 2011", considerando que foi este caminho que permitiu agora a eleição de "um compatriota" para presidir ao Eurogrupo.
"Quem preside é o guardião das regras europeias e é esse papel também que o dr. Mário Centeno vai assumir", sublinhou.
Questionado se esta eleição valida o trabalho do atual Governo do PS, Duarte Pacheco preferiu reiterar o trabalho iniciado pelo anterior executivo PSD/CDS em 2011 e que diz ter sido prosseguido, ainda que nem sempre de forma assumida.
"Mário Centeno fez os cortes que achou que era preciso fazer para se alcançarem as metas, não aquilo que disse que ia fazer, mas aquilo que percebeu que tinha de fazer. Não foi um ato assumido, mas foi um ato prático", disse.
Duarte Pacheco negou que esta eleição 'esvazie' o discurso do PSD, salientando que o partido sempre defendeu o cumprimento das metas orçamentais.
Questionado se a liderança de Mário Centeno poderá mudar alguma coisa no Eurogrupo, o deputado do PSD lembrou que o presidente cessante desta instituição, o holandês Jeroen Dijsselbloem, também era de um país pequeno e de uma família socialista.
"Não foi esse facto que fez com que o Eurogrupo fosse menos flexível ou menos exigente com os países que não cumprem as metas", realçou.
O ministro das Finanças foi hoje eleito presidente do Eurogrupo, ao impor-se na segunda volta da votação realizada em Bruxelas, anunciou o Conselho da União Europeia.
Centeno foi o mais votado na primeira volta (oito votos), após a qual saíram da "corrida" a letã Dana Reizniece-Ozola e o eslovaco Peter Kazimir, tendo o ministro português derrotado o candidato luxemburguês Pierre Gramegna na segunda volta da eleição.
Centeno torna-se, assim, o terceiro presidente da história do fórum de ministros das Finanças da zona euro, depois do luxemburguês Jean-Claude Juncker e do holandês Jeroen Dijsselbloem, assumindo funções em janeiro próximo.
Mário Centeno iniciará a 13 de janeiro um mandato de dois anos e meio, até meados de 2020.