Colóquio "O Trabalho do Historiador" celebra os 90 anos de António Borges Coelho

O ciclo de palestras celebrativo do 90.º aniversário do historiador António Borges Coelho, "O Trabalho do Historiador", abre na segunda-feira, em Lisboa, com o diretor do Campo Arqueológico de Mértola, Cláudio Torres.
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O ciclo, que se realiza na livraria lisboeta LeYa na Buchholz, prolonga-se até à próxima sexta-feira, com conferências sempre às 18:00, e está prevista a participação de Borges Coelho, que recentemente viu publicada a 6.ª edição, em Portugal, do seu ensaio "Raízes da Expansão Portuguesa".

Ao arqueólogo Cláudio Torres, distinguido com o Prémio Pessoa em 1991, na segunda-feira, seguir-se-á, na terça-feira, Silvestre Lacerda, diretor do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, e diretor-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas.

António Borges Coelho, numa entrevista este mês à agência Lusa, afirmou que as diferentes homenagens e colóquios previstas o "perturbam um pouco e distraem do trabalho", mas ressalvou: "Não sou hipócrita. Alegra-me que, quando me estou a despedir da vida, as pessoas achem que fiz alguma coisa de útil".

"É salutar, sinto-me saudável com isso. Quando é organizado e feito por pessoas que sei que são sinceras e que são amigas, e que o fazem de coração, sinto-me bem. Mas é evidente que me agita psicologicamente, e perturba-me o trabalho, isso não há dúvida", acrescentou.

Na quarta-feira, na LeYa na Buchholz, "o trabalho do historiador" é abordado por Vítor Serrão, enquanto na quinta-feira é a vez do historiador Manuel Loff, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

O ciclo encerra, na sexta-feira, o diretor do Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Hermenegildo Fernandes.

Borges Coelho foi distinguido, este ano, com o Prémio Da Universidade de Lisboa, uma proposta que partiu do Centro de História da Faculdade de Letras de Lisboa.

Em ata, o júri do prémio, presidido pelo reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, realçou o "trabalho inovador" do historiador, que foi aluno desta universidade e, de 1974 a 1994, professor no Departamento de História da Faculdade de Letras, tendo ensinado centenas de alunos "nos quais deixou marcas, pelas suas qualidades humanas e pedagógicas".

António Borges Coelho é "um nome singular na historiografia portuguesa contemporânea", lê-se na ata do júri, que refere ainda a "relevância do seu percurso científico, muitas vezes perseguido em circunstâncias adversas".

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